Vanderlan “paga” apoio de Caiado em 2020 com traição e flerte com Gustavo Mendanha

Na entrevista que deu ao jornalista Jackson Abrão (de O Popular) na última segunda-feira (14 de março), o senador Vanderlan Cardoso (PSD) manifestou claro desejo de abrir as portas do PSD para a candidatura do prefeito Gustavo Mendanha a governador, embora o partido esteja apalavrado com Ronaldo Caiado (UB) há meses. A entrevista causou surpresa, porque o senador passou os últimos dois anos dizendo que apoiaria a reeleição de Caiado em 2022.

Dono de inequívoca fama de traidor, Vanderlan é um daqueles políticos que apunhalam pelas costas sem remorso. Os elogios dele ao prefeito de Aparecida fluem com naturalidade, como se os dois fossem aliados desde sempre. Da noite para o dia, o senador passou a enxergar defeitos irretratáveis em um governo que aplaudia com entusiasmo. E deixou claro, para quem ainda não havia percebido, que na visão dele não cabe ser leal e coerente na política. Para o senador, vale tudo.

Caiado foi um aliado exemplar para Vanderlan na eleição para prefeito de Goiânia em 2020, e o resultado só foi adverso porque o candidato era muito ruim. Naquela época, o senador dizia que, independente do resultado, marcharia com o governador em 2022. Agora, está a um passo de se contradizer.

Os donos de boa memória haverão de se lembrar de outros episódios marcantes de traição de Vanderlan: ele apunhalou pelas costas o seu então aliado Marconi Perillo em 2010, quando decidiu ser candidato a governador pela primeira vez; abandonou Misael Oliveira, seu ex-aliado em Senador Canedo; traiu Iris Rezende ao se desfiliar do PMDB, embora tivesse dito que estaria ao lado dele “para o que desse e viesse”; traiu Luiz Carlos do Carmo, a quem pediu apoio em 2020 em troca de apoiá-lo em 2022 para senador; traiu o PP, partido que prometeu fortalecer; e, por fim, traiu a própria palavra, quando disse, em 2018, que não seria candidato a prefeito em 2020 e mesmo assim, foi.

Na eleição de 2020, o eleitor deu claro recado ao senador e rejeitou-o nas urnas por conta de seu comportamento, muito embora o seu adversário estivesse em um leito de UTI. Vanderlan não aprendeu a lição e continua a testar a paciência dos goianos. Resta ver onde isso vai dar.