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Sucesso X fracasso: Fieg ensina empresários a acertar a mão na internacionalização

Qual o divisor de águas entre o sucesso e o fracasso no processo de internacionalização? Para responder a esse questionamento e inspirar pequenos empresários a alçarem voo além fronteiras, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio de seu Conselho Temático da Micro, Pequena e Média Empresa (Compem-GO) e do Centro Internacional de Negócios (CIN), promoveu terça-feira (16/08) live com o especialista em comércio exterior Luiz Roberto Oliveira e a empresária Elaine Moura, da PopCorn Gourmet.

“O divisor está entre o impulso e o planejamento. Isso divide o sucesso do fracasso na internacionalização”, afirmou de forma assertiva Luiz Roberto, já no início do bate-papo com empresários goianos. De acordo com o especialista, internacionalizar é muito mais que exportar e requer preparação e organização da empresa, inclusive estipulando datas para cumprimento das metas.

“O tamanho da empresa não é impeditivo. Pequenos negócios têm muitas oportunidades, mas é preciso ter capacidade financeira e estar estruturado para isso. O processo de internacionalização não é fácil, mas hoje o empresário tem diversas ferramentas que o ajudam nessa jornada. O importante é desenvolver essa consciência de internacionalização de forma ativa. Essa disposição vai garantir sucesso no mercado não só no exterior, mas diferenciar o negócio na concorrência doméstica”, garantiu.

Dados do Sebrae mostram que das 25 mil empresas exportadoras, 8,4 mil são de pequeno porte. Entretanto, porcentualmente representam apenas 1% das exportações brasileiras. Dentre os maiores desafios à internacionalização, Luiz Roberto lista a burocracia, a dificuldade com o idioma estrangeiro, o custo logístico, a falta de planejamento e de uma cultura exportadora, o medo dos empresários e a expressividade do mercado interno brasileiro.

“Nossa bênção de ter um mercado interno grande é também nossa maldição nesse processo. É preciso sair da zona de conforto, pensar além fronteiras. A pergunta é: o mercado interno absorve toda sua capacidade produtiva? O mercado interno comporta seu crescimento orgânico?”, questionou, provocando a reflexão aos empresários.

COMO VENDER PIPOCA NOS EUA, MERCADO CAMPEÃO EM CONSUMO?
A empresária Elaine Moura, da PopCorn Gourmet, acompanhou a live da Fieg e compartilhou sua experiência de internacionalização do negócio. Lançado em 2015 em evento da Casa Cor, em Goiânia, o produto saiu da exposição diretamente para um quiosque no shopping Flamboyant. Nesses sete anos de operação, a empresa cresceu, iniciou o franqueamento de unidades e hoje possui uma centena de pontos de vendas espalhados pelo Brasil e uma recém-inaugurada loja na Flórida, nos Estados Unidos.

“A pandemia atrasou um pouco nosso processo de internacionalização, mas aproveitamos esse momento para entender melhor o consumidor americano, inclusive com desenvolvimento de estudos para conhecer o mercado de lá. No final, o obstáculo da pandemia foi um momento que tivemos para melhor estruturação do business plan e assim avançar com o negócio. Agora, o projeto está retomado, com a primeira loja inaugurada no Aventura Mall, em Miami. Pensando na expansão interna, a internacionalização abre muitos leques. Essa troca tem sido muito importante no amadurecimento do negócio”, afirmou Elaine.

De acordo com a empresária, um dos grandes desafios para entrar no mercado norte-americano foi customizar o produto. “Como catequiso um americano a comer minha pipoca? Eles são o maior mercado consumidor de pipoca do mundo”, provocou, explicando como foi o processo para mostrar o diferencial do produto, inclusive justificando o preço acima do valor de uma pipoca comum.

Ela endossou o palestrante sobre a importância do acesso às linhas de crédito nessa jornada. No caso da PopCorn Gourmet, o financiamento veio de instituições dos Estados Unidos. “O processo é bem parecido com o que temos aqui no Brasil e há várias linhas de crédito facilitadas e com menos burocracia na contratação. O importante é estar estruturado para entender e se qualificar para essas linhas de crédito, escolhendo a que melhor se encaixa no seu negócio”, explicou.

“Dizem que sonhar grande e sonhar pequeno tem o mesmo preço, então nos desafiamos a pensar grande”, concluiu Elaine.

QUER INTERNACIONALIZAR SEU PRODUTO? O CIN/FIEG MOSTRA O CAMINHO DAS PEDRAS
Por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), a Fieg fomenta a internacionalização de empresas goianas, com serviços e soluções customizadas a cada negócio. “Temos programas de internacionalização e amplo portfólio de serviços que ajudam e capacitam as empresas nessa jornada. São soluções para que empresários tenham a mesma experiência que a Elaine teve com a PopCorn Gourmet. Queremos fazer parte dos cases de sucesso de vocês”, afirmou a analista de comércio exterior do CIN/Fieg Juliana Souza.

Dentre os serviços ofertados, estão cursos de capacitação; consultoria, assessoria e programas de internacionalização; soluções em inteligência comercial; promoção de missões e encontros de negócios; adequação para o mercado global; e emissão de documentos para exportação, como Certificado de Origem, Declaração de Livre Venda e ATA Carnet.

“Temos profissionais capacitados aqui em Goiás para auxiliar os empresários. Precisamos vencer é o medo de exportar, de internacionalizar. A Fieg tem como dar suporte e ferramentas para criar essa cultura exportadora na empresa”, afirmou o presidente do Compem-Fieg, Jaime Canedo, ao defender que o sucesso é companheiro dos empreendedores que tem coragem de ir além da zona de conforto.

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