A desastrosa passagem da empresa italiana Enel por Goiás termina no máximo em fevereiro de 2023, quando uma nova avaliação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai oficializar o entendimento de que metas estabelecidas em janeiro de 2020 não foram cumpridas. Mas a Enel deve se antecipar ao movimento do governo federal e vender os seus ativos por R$ 10 bilhões, ou seja: oito bilhões de reais a mais do gastou para comprar a Celg.
Esse é o resumo da história: os italianos pagaram uma pechincha pela companhia elétrica, que era uma empresa pública, agravou o sucateamento da infraestrutura de abastecimento, promoveu sucessivos reajustes tarifários e vai vender tudo por um valor muito maior do que aquele que ela desembolsou.
Na manhã da última segunda-feira, o secretário-geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, disse em entrevista que o governador Ronaldo Caiado (DEM) já havia antevisto, em 2020, que a Enel não cumpriria a promessa de investir em qualidade de atendimento aos goianos e por isso propôs que ela saísse. “Isso não foi feito. A Enel se comprometeu, disse que tinha todas as condições de atingir. O que nós verificamos agora é que o prazo legal da concessão termina em dezembro, e da forma como está, não há mais tempo hábil e ela perderá a concessão a partir de fevereiro. Com isso ela se antecipou e resolveu colocar os seus ativos à venda”.
O secretário complementa: “É muito ruim, porque no fim das contas quem sai prejudicado é o consumidor. E eu espero que a Eenel tenha compromisso e agilidade para fazer esse processo de forma mais rápida possível”. Adriano contou também que se reuniu com os diretores da Aneel na semana passada, para acompanhar a tramitação do processo.