O esforço do presidente estadual do Progressistas em Goiás, Alexandre Baldy, e de outros aliados do governador Ronaldo Caiado (UB) para convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a permanecer neutro na eleição para governador deste ano representa grave ameaça ao projeto político-eleitoral do deputado Major Vitor Hugo (PL).
Vitor Hugo é um político sem lastro em Goiás. A trajetória política dele começou há apenas três anos e meio, quando ele foi surpreendentemente alçado à Câmara dos Deputados graças à ótima votação do seu colega de chapa, Delegado Waldir, e à onda de direita que varria o país. Antes disso, Vitor Hugo não havia sido eleito para nada.
É muito pouco para que um político consiga se eleger governador de Goiás. Cabe compará-lo, por exemplo, com Caiado, que foi deputado desde o início dos anos 1990 e senador. Ou com Gustavo Mendanha, duas vezes prefeito da segunda cidade mais populosa do Estado.
Vitor Hugo sabe disso. Não à toa, lançou-se em contra-ofensiva para enterrar a tese da neutralidade presidencial na disputa. Interessa ao deputado que a disputa permaneça vinculada à guerra entre Lula e Bolsonaro – o que pode garantir-lhe, pelo menos, uma vaga no segundo turno contra Caiado.
“Aqui em Goiás, o candidato do presidente já está definido”, diz Vitor Hugo ao jornal O Popular desta quinta-feira (28). “Tanto que me filiei ao PL com apoio do presidente. O palanque já está definido e o senador é Wilder Morais. Estamos construindo para uqe outros venham nos apoiar me uma coalizão pelo projeto, não para ocupar cargos e secretarias”.