Brasil, 01 de outubro de 2024
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Economia

Fieg defende gestão da inovação nas indústrias goianas

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O Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CDTI) da Fieg, liderado pelo empresário Heribaldo Egídio, reuniu conselheiros e empresários quarta-feira (27/04), em encontro híbrido, na Casa da Indústria, com transmissão ao vivo pela plataforma Zoom. A reunião contou com apresentação do gestor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fernando Ribeiro, sobre as ações da instituição para fomento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e participação da empresária Nathalia Barbosa, CEO da Luna Green Bioativos, que falou sobre o crescimento da indústria, por meio de projetos subsidiados por editais de incentivo à inovação.

“Quando falamos de inovação, não tratamos somente de iniciativas disruptivas, mas na maior parte das vezes de ações para melhoria da competitividade, gestão e rotinas da empresa. Esses processos são beneficiados pelas linhas ofertadas pela Finep”, disse Fernando Ribeiro.

O gestor da Finep apresentou as linhas de financiamento, subvenção e investimento disponibilizadas por chamadas públicas, além das ações empreendidas pela financiadora para incentivo institucional às empresas, destinadas sobretudo à aceleração de startups. “A Finep possui instrumentos para todos os portes de empresas e etapas do ciclo de inovação, apoiando a pesquisa e o empreendedorismo, com abrangência mundial, nacional, setorial e empresarial”, explicou.

Para tanto, Ribeiro expôs as modalidades de crédito oferecidas para médias e grandes empresas, voltadas principalmente à inovação pioneira, inovação crítica e inovação para competitividade e desempenho; e as linhas dedicadas às micro, pequenas e médias empresas, com recursos descentralizados para desenvolvimento de produtos, processos e serviços, adoção de tecnologias 4.0 e aquisição de equipamentos e componentes nacionais. No Estado, as linhas são operadas em parceria com a Goiás Fomento.

“O empresário tem uma gama enorme de possibilidades. Com as linhas de crédito, podem ser financiados equipe própria; software; obras civis e instalações; aquisição de máquinas e equipamentos nacionais e importados; instalação em parques tecnológicos; produção pioneira e comercialização; matérias-primas; serviços de terceiros; consultorias e testes; e até encargos e ações de marketing”, concluiu, reiterando que no site finep.gov.br o empresário tem acesso aos editais de inovação abertos e mais informações sobre as linhas de apoio e financiamento.

Case: Luna Green Bioativos
A empresária Nathalia Barbosa acompanhou a exposição da Finep e compartilhou a trajetória da indústria Luna Green Bioativos, que, com apoio de edital de inovação da financiadora para P&D, deu um salto de crescimento. A empresa, instalada em Aparecida de Goiânia, desenvolve insumos para cosméticos e produtos personalizados para indústrias do setor, a partir de processo limpo e verde, livre de petrolato, sem uso de solventes tóxicos, contribuindo com a segurança do meio ambiente e das pessoas.

“Iniciamos em 2018, com desenvolvimento de esfoliante de goiaba, em parceria com o Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas e a UFG. O apoio da Finep, no ano passado, foi um divisor de águas. Hoje, somos a primeira indústria de Goiás que produz insumos para o setor de cosméticos. Tudo 100% vegano e com aproveitamento da economia circular”, afirmou, reiterando que o apoio das instituições fez diferença na história da empresa.

Para a CEO da Luna Green, o empresário goiano precisa de apoio para conduzir esse processo de inovação em sintonia com o mercado, e a Finep cumpre essa missão. “Há alguns anos, participei de uma feira internacional de cosméticos em Las Vegas e vi o Brasil sendo vendido por empresas que não são brasileiras. Fiquei impressionada com isso. Nós, brasileiros, precisamos ser líderes nesse processo. Temos capacidade para ser uma potência mundial, ainda mais com a biodiversidade que temos. Vim da academia e sempre fui encantada com projetos de inovação e trouxe isso para a Luna Green”, disse a empresária, que, antes de empreender, tinha plano de seguir a carreira acadêmica.

Em quatro anos de operação (2018-2022), a Luna Green Bioativos já desenvolveu mais de 260 produtos, com projetos premiados, como o esfoliante de goiaba, o ativo de pimenta e o gel aloe vera, além de conquistar as premiações Mulheres Inovadoras e Espaço Finep. Com o apoio do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fieg, a indústria se tornou exportadora. Para 2022, a empresa tem planejamento para pesquisa e desenvolvimento de projetos voltados a ativos nanotecnológicos. “Nós vendemos inovação, então temos que levar inovação para nossas indústrias parceiras”, observou Nathalia.

O presidente do CDTI, Heribaldo Egídio, destacou que o case apresentado comprova que existem recursos para inovação nos pequenos negócios. “O empresário conta com recursos e subvenções dedicados à inovação por meio das instituições de fomento. São inúmeros os editais disponíveis e a parceria com a academia é fundamental para o desenvolvimento de novas soluções. É preciso ampliar essa consciência e levar esse conhecimento aos empreendedores. Muitas vezes o empresário tem uma ideia boa, mas não sabe como transformar isso em um projeto, com metas definidas, para alcançar êxito.”

A reunião ordinária do CDTI discutiu ainda a agenda de atividades e calendário de eventos que serão desenvolvidos pelo colegiado ao longo de 2022. O encontro, acompanhado por representantes das 37 instituições que compõem o conselho, marcou também a assembleia do movimento Aliança pela Inovação. Os presidentes Eduardo Zuppani (Conat) e Leopoldo Moreira (Aciag) participaram da reunião.