O vice-presidente Hamilton Mourão tentou minimizar o episódio, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Ele alegou que “boa parte” da verba para a compra dos comprimidos sai de um fundo alimentado por descontos nos salários dos militares. “Eu não posso usar o meu Viagra, pô? O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos? Não é nada”, disse o general da reserva.
A fala de Mourão, contudo, contesta a versão oficial apresentada pelos próprios militares. As Forças Armadas alegam que a aquisição da sildenafila (princípio ativo do Viagra) visa ao tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Trata-se de uma doença rara, que acomete principalmente as mulheres, que são minoria entre a classe. Além disso, na dosagem adquirida, a substância é ineficiente para tratar a HAP.
O Tribunal de Contas da União (TCU) vai apurar se os militares cometeram “desvio de finalidade” na compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas. O tribunal vai investigar também a suspeita de superfaturamento na aquisição do medicamento para impotência. O relator da ação é o ministro Weder de Oliveira. O procedimento, aberto nesta terça-feira (12), decorreu de um pedido de investigação do deputado federal Elias Vaz (PSB) e do senador Jorge Kajuru (Podemos). “O governo Bolsonaro deve uma satisfação ao povo brasileiro”, disse Vaz, pelo Twitter.