O governador Ronaldo Caiado (DEM) largou na frente no começo da corrida eleitoral desse ano. Com o apoio já garantido de dez partidos, ele fez comer poeira o ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que só conseguiu arregimentar quatro siglas nanicas.
Ao lado de Caiado estão: União Brasil, MDB, Solidariedade, PRTB, PSC, Avante, PV, Podemos, PTB e PDT. Além desses, está praticamente confirmada a aliança com o PSD, do ex-presidente da Assembleia Lissauer Vieira, e com o Progressistas, do ex-deputado federal Alexandre Baldy. PSD e Progressistas ainda não fizeram anúncios oficiais, mas todas as declarações e acenos dos integrantes dessas legendas convergem, até o momento, para a tese de apoio a Caiado.
O Cidadania, do vice-governador Lincoln Tejota, permanecerá na base governista caso a cúpula não decida, em âmbito nacional, levar à frente a proposta de formação de uma federação com o PSDB. O Republicanos está com um pé dentro da base, depois do apoio declarado do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, à reeleição do governador.
Além de ter a ampla maioria dos partidos ao seu lado, o governador tem também a maior parte dos deputados federais da bancada de Goiás. Entre os 17, pelo menos 11 devem estar na sua coligação. As exceções são Major Vítor Hugo, que será candidato a governador; Professor Alcides, Magda Mofatto e Alcides Rodrigues, alinhados com Mendanha; Rubens Otoni e Elias Vaz, que devem participar de um bloco mais à esquerda.
À frente dessa coalizão estará o União Brasil, partido que nasceu da fusão do DEM com PSL e que provavelmente terá o maior quinhão no rateio do fundo partidário e dos minutos da propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão. Além de dois dos três deputados federais mais bem votados de 2019 (Delegado Waldir e Zacharias Calil).
Com as alianças consolidadas, o governador conseguiu avançar com tranquilidade na formação da chapa majoritária e das chapas proporcionais. A majoritária já tem um vice (Daniel Vilela) escolhido desde dezembro do ano passado; e as proporcionais devem reunir candidatos fortíssimos a deputado federal e estadual. Poucos favoritos estarão fora do espectro governista.
Enquanto isso, Gustavo enfrenta as consequências de duas decisões erradas: 1) a de levar adiante, a qualquer custo, um projeto eleitoral que parece ser só dele; e 2) a de ter escolhido aliados inábeis para cuidar de sua articulação política, como Tatá Teixeira.