Para manter a mamata do cargo de senador, que herdou com a eleição de Ronaldo Caiado (UB) ao governo de Goiás, o quase anônimo Luiz Carlos do Carmo colocou em execução um plano que traçou com a ajuda do irmão, o pastor evangélico Oídes do Carmo. Uma das etapas desse plano consiste em submeter o ex-suplente a intervenções estéticas, com o objetivo de tirar do rosto dele os inevitáveis sinais de velhice.
Foi esse visual juvenil que Luiz do Carmo estreou na última sexta-feira (1º), em uma reunião organizada para rechaçar a tese corrente de que ele é candidato de si mesmo e de sua célula religiosa. O encontro reuniu pouca gente – cerca de 100 pessoas, a julgar pelas fotos divulgadas – mas entre elas estavam, pelo menos, o governador Ronaldo Caiado e o pré-candidato a vice, Daniel Vilela.
Antes de aparecer em evento público ao lado de Caiado, Luiz do Carmo fez ameaças públicas à base governista. Em entrevista ao jornal O Hoje no começo de fevereiro, por exemplo, afirmou que se aliaria a qualquer candidato a governador que o quisesse ter na chapa (inclusive Gustavo Mendanha). Ocorre que nem Mendanha, com seu arco de alianças restrito a quatro partidos nanicos, parece ter comprado a ideia.
Outra alternativa para o ex-suplente era a de formar chapa com Major Vítor Hugo, o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro a governador de Goiás. Luiz do Carmo fez a sua parte, com reiterados acenos de apoio ao Palácio do Planalto, mas não houve retorno: Bolsonaro optou por entregar a vaga de candidato a senador para Wilder Morais.
As chances de Luiz do Carmo ser candidato ao Senado na chapa de Caiado são as mesmas que seleções como Costa Rica ou Qatar têm de conquistar a Copa do Mundo. A boa notícia para ele é que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou os partidos a lançar candidaturas avulsas ao Senado. Pode-se dizer, portanto, que a Justiça o liberou para passar vergonha nas urnas.