Prefeito de Goiânia cita “cenas de desrespeito e violência” em incidente após inauguração do Cmei Vila Areião, e aponta que proposta será apresentada ainda nesta quinta-feira (31/03) aos profissionais de educação em greve. Ele esclarece que limite prudencial da folha precisa ser observado. “Estejam certos de que trabalhamos novo percentual para vir já no próximo mês, tudo adequado e com respeito à categoria”, diz
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, lamentou os incidentes que geraram agressões por parte de manifestantes, na manhã desta quinta-feira (31/03), após inauguração de nova estrutura do Cmei Vila Areião, no Setor Pedro Ludovico, e destacou o trabalho da Prefeitura de Goiânia para atender à reivindicação de cerca de 30% da categoria de professores que seguem em greve.
Aos diretores, professores e comunidade, Cruz detalhou que vários estudos estão sendo feitos, e reafirmou que seu compromisso é com “a transformação da educação, qualidade de ensino e valorização da categoria”.
“A pandemia trouxe grandes prejuízos à educação, e estamos lutando para repor o que foi perdido e para colocar nossas crianças no patamar que elas merecem estar. Essa não é uma tarefa fácil, mas temos feito a nossa parte”, afirma.
O prefeito pontuou que Goiânia tem quase 20 mil servidores, só na Educação. “Não é apenas colocar um percentual para os professores e uma data-base para os servidores, tudo isso são números que impactam na folha, e cada decisão exige responsabilidade”, frisa Rogério Cruz.
Ainda segundo o prefeito, cada categoria — do universo de quase 50 mil servidores da prefeitura — apresenta suas demandas de planos de carreira e coloca na mesa. “E nós temos que fazer um trabalho adequado para todos. Não posso olhar só para um plano, devo olhar para o todo. A análise envolve todos os planos de carreira, a data-base, o piso dos professores, e tudo isso é levado em conta para conseguirmos chegar a um ponto de equilíbrio, que é oferecer o melhor que pudermos”, garante.
Nova proposta
Segundo Rogério Cruz, um encontro foi marcado para que o secretário municipal de Educação, Wellington Bessa, apresente nova proposta à presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima.
“Não colocamos um número que amanhã não teremos condições de pagar aos servidores, isso não posso fazer. Nós pagamos a folha na data certa porque temos condições de fazer isso. E estejam certos de que trabalhamos, avaliamos para a data-base proposta e piso virem já no próximo mês, tudo adequado e com respeito à categoria”, diz.
Durante a solenidade, a professora Márcia apresentou-se como representante da categoria, pediu voz ao prefeito, e foi prontamente atendida. Ela disse que entende a questão jurídica relacionada ao limite prudencial da folha, e solicitou: “Peço que conceda mais de 9%, pois nossa categoria, como todas, é muito sofrida. Não falo em nome de sindicato, mas deixo apenas esse pedido”.
O prefeito confirmou que o pedido será levado em conta, e reiterou o respeito da gestão com todos os professores, servidores e diretores, que têm tido sensibilidade nesse momento. “Minha gratidão a todos os envolvidos com a educação e preocupados em fazer o melhor por nossas crianças e jovens. O que estamos fazendo é por vocês”, afirma.
Incidente lamentável
Ao deixar o local do evento, o prefeito parou para conversar com manifestantes, quando se iniciou um tumulto por parte de grevistas, e Rogério Cruz foi atingido por água. No momento, um manifestante subiu no carro do prefeito.
Cruz lamentou profundamente o ocorrido: “As cenas de desrespeito e violência geradas hoje por alguns manifestantes mancham uma categoria que exerce um trabalho tão nobre, que é ensinar pela educação e o bom exemplo”. Ele reiterou que trabalha para chegar a um acordo que atenda aos pleitos dos profissionais.
“Tenho orgulho em dizer que a média de remuneração de um professor da rede municipal é superior a R$ 6 mil, e vamos aumentar ainda mais, de forma a valorizar os trabalhadores, mas dentro das possibilidades fiscais do Município”, pondera.
“Como antecipei durante o evento, hoje à noite vamos apresentar uma proposta definitiva aos representantes de cerca de 30% dos profissionais que estão em greve, para que haja o retorno integral das aulas aos mais de 100 mil alunos”, completa Cruz.
Nota
Confira a nota da Prefeitura de Goiânia na íntegra:
A Prefeitura de Goiânia lamenta, profundamente, as cenas de desrespeito e violência promovidas por alguns manifestantes nesta quinta-feira (31/03), durante a inauguração do Cmei Vila Areião.
A Prefeitura de Goiânia trabalha para identificar os agressores e espera não se tratar de professores, cuja missão é atuar na transformação da sociedade pela educação, pelo exemplo, e pela defesa de uma sociedade consubstanciada na cultura da paz.
Durante as duas horas de evento, houve livre manifestação na rua. Na saída, o prefeito Rogério Cruz parou para conversar com uma professora, quando foi atacado por dois agressores, que atentaram contra a sua integridade física.
Enquanto um deles fazia ameaças, outro subiu no carro oficial e danificou o veículo — que está sendo deslocado para a Central de Flagrantes. Agentes da segurança pessoal do prefeito foram agredidos.
Para conter os manifestantes e garantir a segurança do prefeito, agentes da Guarda Civil Metropolitana intervieram, com uso progressivo da força, para desobstruir a passagem do veículo.
Dois homens foram detidos pela Guarda Civil Metropolitana e levados à Central de Flagrantes para os devidos registros de ocorrência.
Prefeitura de Goiânia