O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, voltou a criticar nesta quarta-feira (1) as sucessivas altas da taxa Selic, que é definida pelo Banco Central. “A nossa taxa básica de juros só perde para a Rússia, que está com a economia revirada devido às sanções econômicas impostas pelo Ocidente em razão da invasão à Ucrânia”, assinalou.
O dirigente da Fieg disse que os aumentos da Selic travam a economia e impõem severos sacrifícios ao setor produtivo, principalmente aos pequenos empreendedores. “Com os juros elevados, as linhas de crédito vão para as alturas e isso inviabiliza os pequenos empreendedores, que precisam de capital de giro”, observou.
De acordo com Sandro Mabel, levantamento feito pelo Sebrae mostrou que, em março de 2021, a taxa média de juros das operações de crédito para os pequenos negócios girava em torno de 26,5% ao ano, enquanto a Selic estava em 2% ao ano. Em dezembro de 2021, segundo os últimos dados disponibilizados pelo Banco Central, a taxa média para os pequenos negócios estava em 31,1% ao ano.
O impacto do aumento da Selic quebra as pernas de quem é pequeno e recorre ao crédito bancário para sobreviver no mercado. “Essa carga é muito pesada para os micro e pequenos empreendedores e os negócios deles acabam se inviabilizando, o que se nota com o aumento da inadimplência”, salientou.
Sandro Mabel disse que a insensibilidade da equipe econômica do governo federal é revoltante. “Com os juros altos, estão jogando a economia no buraco e sufocando quem está produzindo e gerando empregos no país”, desabafou indignado.