Brasil, 29 de setembro de 2024
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Goiás

Bolsonaro tem pelo menos quatro motivos para querer distância de Gustavo Mendanha

Publicado em atualizado em 22/03/2022 às 09:02

O Diário da Manhã traz uma informação reveladora a respeito do prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (sem partido), nessa segunda-feira (21). Reportagem assinada por Helton Lenine conta que o prefeito tentava se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) há nada menos do que sete meses, e que o presidente esquivou-se ao longo de todo esse tempo.

Graças principalmente à articulação de deputados como Magda Mofatto (PL) e professor Alcides (PP), essa reunião finalmente aconteceu no sábado. Mas, ao que tudo indica, não rendeu nada além de uma foto. Nenhum site ou jornal trouxe declarações de Bolsonaro que sinalizassem a possibilidade de uma aliança com vista à eleição de outubro.

O presidente tem uma lista de razões para não colocar os pés na canoa do prefeito de Aparecida. A primeira é a pré-candidatura a governador do deputado federal Major Vítor Hugo, aliado que desfruta de trânsito livre no Palácio do Planalto e de simpatia do bolsonarismo raiz. Vítor Hugo vai se filiar ao PL e não dá sinais de que vai abrir mão da prerrogativa de liderar o palanque do presidente em Goiás por vontade própria.

O segundo motivo é o estranho relacionamento de Gustavo Mendanha com o PT. O partido de Lula ocupou – e continua a ocupar – cargos na prefeitura de Aparecida a convite de Gustavo, a exemplo do presidente municipal do PT e secretário extraordinário do município, Adriano Mantovani. Bolsonaro não engole o jogo duplo do prefeito.

O terceiro motivo é a fragilidade eleitoral do prefeito. Apenas o eleitorado de Aparecida de Goiânia o conhece e existe pouco tempo pela frente para que essa situação se reverta. Enquanto isso, a pré-candidatura à reeleição do governador Ronaldo Caiado (UB) flana em céu de brigadeiro. A gestão Caiado é bem avaliada por mais de 60% dos goianos, o que é um forte indicativo de que o governador deve se reeleger.

Há, por fim, a insuperável dificuldade que o prefeito enfrenta para encontrar um partido que dê guarida ao projeto político dele. Todos os partidos de médio e grande porte que ele procurou fecharam-lhe a porta na cara, como o PSD de Vilmar Rocha, o PP de Alexandre Baldy e o Republicanos de João Campos. É provável que Gustavo vá se filiar a um partido nanico, como DC ou Podemos, o que significa pouco tempo no horário eleitoral na TV e acesso a poucos recursos do fundo eleitoral – o que Bolsonaro enxerga com preocupação, porque anseia um palanque forte em Goiás.