Brasil, 28 de setembro de 2024
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Economia

Embargo dos EUA ao petróleo russo deve jogar para cima preços dos combustíveis no Brasil

Publicado em atualizado em 10/03/2022 às 06:57

 A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de suspender as importações do petróleo russo deve aumentar ainda mais o preço da gasolina no Brasil e em outros setores que usam o petróleo como matéria-prima, a exemplo dos transportes.

A Rússia é uma das principais exportadoras de petróleo, com cerca de 7 milhões de barris por dia. Após cinco semanas seguidas de queda, o preço da gasolina voltou a subir nos postos brasileiros.

O produto foi vendido na semana passada a um preço médio de R$ 6,577 por litro, alta de 0,26% na comparação com o valor verificado na semana anterior, de acordo com pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

As ações militares russas na Ucrânia deixaram o valor do barril de petróleo acima dos US$ 130 nesta terça. De acordo com o analista Cláudio Frischtak, diretor da consultoria Inter B, “por mais que o conflito terminasse imediatamente, o impacto demoraria, no mínimo, dois trimestres para ser atenuado”. “Barril do petróleo a US$ 150 é um choque de primeira grandeza na economia global”, disse. A entrevista foi concedida ao portal G1. 

“Há ainda um próximo passo: depois do início da guerra e das sanções ao petróleo, a Rússia poderia ainda retaliar os países da Otan e interromper totalmente a oferta de petróleo e gás. Seria um processo extraordinário, que não aconteceu nas crises dos anos 70”, complementou.

O governo brasileiro discute liberar um subsídio de R$ 27 bilhões para segurar o preço dos combustíveis por três meses. A ideia apresentada seria de um subsídio levando em consideração o preço de US$ 95 o barril de petróleo. Acima desse valor, o executivo arcaria com R$ 300 milhões por ponto percentual de defasagem.

O valor da gasolina aumentou cerca de 46% em 2021, o etanol, 58% e o diesel, 45%. Os valores podem impactar, por exemplo, a área de transporte. Esse setor e os de de habitação, e alimentação e bebidas responderam por cerca de 79% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).