Brasil, 28 de setembro de 2024
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Goiás

Filiar-se ao nanico DC pode ser a única alternativa que ainda resta a Gustavo Mendanha

Publicado em atualizado em 09/03/2022 às 00:40

Obcecado pela ideia de ser candidato a governador a qualquer custo, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, avança a passos largos rumo ao siolamento. A oito meses das eleições, Gustavo ainda não encontrou um partido que abrace o seu projeto político e que dê a ele condições de ser um candidato competitivo. No cenário de hoje, a alternativa que lhe resta pode ser se filiar ao inexpressivo Democracia Cristã (DC) – partido sem história, sem identidade, sem fundo partidário e sem tempo de televisão.

O prefeito, como diriam os versos de Cartola, cavou o abismo com os próprios pés. Orientado por aliados próximos a desistir de ser candidato agora, por ser um passo muito maior do que as próprias pernas, Gustavo virou as costas para o grupo que sempre o apoiou e cortou laços com o MDB. Imaginou que seria cortejado por 11 entre 10 partidos em Goiás e que surfaria em uma onda parecida com a que varreu a política do estado em 1998. Mas a onda que ele esperava não veio. Nem sequer uma marolinha.

O prefeito procurou primeiro o PL, mas o partido do presidente Jair Bolsonaro manifestou clara preferência por uma candidatura do deputado federal Major Vítor Hugo. Bateu, então, à porta do PSD de Vilmar Rocha, Vanderlan Cardoso e Francisco Júnior, mas o que a legenda quer é emplacar o ex-ministro Henrique Meirelles como candidato a senador na chapa de Ronaldo Caiado. Recorreu ao PP de Alexandre Baldy, que o expôs com uma recusa pública no jornal O Popular no dia 3 de março. Gustavo encontrou resistência até no nanico Patriota, que impôs condições severas e inegociáveis para aceitar a sua filiação.

Foi esse tortuoso caminho que o levou a considerar hoje a possibilidade de ser candidato pelo DC, um partido do qual pouca gente já ouviu falar. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), possui 176 mil filiados – muito pouco se comparado, por exemplo, aos mais de dois milhões de filiados do MDB. E o fato de ser um partido nanico implica também em pouco tempo de TV e pouco dinheiro no fundo eleitoral.

Partidos como o DC costumam ficar apenas com o quinhão mínimo no rateio do tempo da propaganda eleitoral gratuita nos veículos de comunicação: 15 segundos. Com esse tempo, Gustavo mal terá condições de se apresentar à população – que dirá convencê-la a trocar o plano de governo consolidado de Caiado por um projeto de alto risco. E o prefeito, além disso, terá que construir uma base política praticamente do zero, já que o DC tem só nove mil filiados em Goiás.