Em meio aos avanços tecnológicos dos processos produtivos, engendrados na corrida da Indústria 4.0, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) instituiu o Conselho Estratégico de Pensadores da Educação do Futuro, cujos integrantes foram empossados dia 7 de março, em evento híbrido (presencial e on-line), com transmissão ao vivo a partir da Casa da Indústria. Numa iniciativa inédita no âmbito do Sistema Indústria nacional, um time de 12 especialistas renomados nacionalmente em diversas áreas do conhecimento entra em campo para dar mais vitórias ao já campeão ensino do Sesi e Senai Goiás.
Donos de extensos currículos e exitosas carreiras profissionais, professores, mestres e doutores foram escalados com a missão nobre de subsidiar o trabalho das instituições da indústria em Goiás, que têm legado de 70 anos de existência, identificando as necessidades da educação em consonância com as exigências do mundo do trabalho, a partir das perspectivas da Indústria 4.0 e das próximas revoluções industriais e, neste momento, fundamentalmente dos avanços dos sistemas digitais. Em portaria assinada pelo presidente da Fieg e dos Conselhos Regionais do Sesi e Senai, Sandro Mabel, a posse foi formalizada pelo diretor de Educação e Tecnologia do Sesi e Senai Goiás, Claudemir José Bonatto, e pelo gerente de Tecnologia e Inovação, Rolando Vargas Vallejo.
O primeiro encontro foi marcado por uma constatação unânime dos integrantes do colegiado: a formação inicial e continuada do professor é o grande gargalo da educação no País, o que levou os debatedores a propor ao Sistema Sesi e Senai de Goiás que lidere movimento para reverter a situação. O desafio foi imediatamente aceito pelo presidente da Fieg, Sandro Mabel, que colocou Goiás à disposição para sediar testes e laboratórios que fomentem o desenvolvimento de mão de obra educacional, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nesse contexto, ele lembrou que o Sesi Goiás acaba de assumir a gestão de uma escola pública, a primeira no País, em parceria com a prefeitura de Alto Horizonte, no Norte do Estado.
Fieg assume desafio de liderar movimento pela formação de professores
O primeiro encontro foi marcado por uma constatação unânime dos integrantes do colegiado: a formação inicial e continuada do professor é o grande gargalo da educação no País, o que levou os debatedores a propor ao Sistema Sesi e Senai de Goiás que lidere movimento para reverter a situação. O desafio foi imediatamente aceito pelo presidente da Fieg, Sandro Mabel, que colocou Goiás à disposição para sediar testes e laboratórios que fomentem o desenvolvimento de mão de obra educacional, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nesse contexto, ele lembrou que o Sesi Goiás acaba de assumir a gestão de uma escola pública, a primeira no País, em parceria com a prefeitura de Alto Horizonte, no Norte do Estado.
“Nós temos investido muito na formação de professores e estamos vendo que é um caminho difícil, sobretudo na rede pública diante de muitas amarras. No Sesi e Senai, Temos liberdade para fazer testes e condições de avançar nesse rumo”, disse dirigente, respaldado pelo diretor regional do Senai e superintendente do Sesi, Paulo Vargas.
“Para nós, é um privilégio contar com a experiência de cada um para Sesi e Senai. Colaborando com o Sistema Indústria em Goiás, os senhores colaborarão com a indústria de um Estado forte e em crescimento. Sesi e Senai têm enormes responsabilidades com o crescimento e com o fortalecimento do setor produtivo e nós, que já temos um trabalho forte, somos vencedores e seremos muito mais com a contribuição de vocês”, completou Paulo Vargas.
Diretor-geral do Senai, superintendente do Sesi Nacional e diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Luchessi falou sobre os estudos já desenvolvidos pelo Sistema Indústria. “Estamos criando um habitat de inovação para uma parceria Sesi Senai para trabalhar em torno dessas tecnologias. É um esforço nosso, mas dentro de um ecossistema de atores que estão envolvidos com essa agenda, bem como um centro de formação continuada de professores em torno dessas necessidades da Base Nacional Curricular e da reforma do Ensino Médio, mas sobretudo do encurtamento do ciclo tecnológico.”
O debate inaugural foi instigado pela temática Na Sociedade 5.0, a Indústria é 4.0 e a Educação é X.Y, uma provocação do professor Celson Pantoja Lima, doutor em Ciências da Computação, também pesquisador da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), ao referir-se ao sistema de coordenadas que definirão o que conceitualmente será a educação do futuro. “A Fieg quer aplicações, quer instrumentos, quer apoio para processos. Existe arquitetura, estrutura, material intelectual, estratégia e uma série de elementos que vão exigir que os nossos pensamentos, nossas reflexões e críticas se materializem para que a Fieg realmente dê esse salto de qualidade que ela está buscando nessa iniciativa inédita no Brasil.”
Em sua apresentação, Pantoja recorreu a figuras simbólicas para a reflexão dos participantes do evento. “Em uma galáxia não muito distante, uma federação (Fieg) olha com atenção redobrada para um de seus mais caros tesouros: a educação. Fornecida por dois de seus membros mais tradicionais, Sesi e Senai, a educação deve passar por um processo de reinvenção, que é regido por uma simples pergunta: como a educação deve ser ofertada no futuro que já é o presente?”
A discussão foi mediada pela professora Maria Helena Guimarães de Castro, especialista em Avaliação de Políticas Públicas na Universidade de Grenoble/França. Segundo ela, há décadas o Brasil não consegue avançar em propostas de pedagogia, que apontou como grande gargalo a formação de professores pelas universidades, especialmente as federais. “Não há casamento entre a pedagogia e o que o professor precisa fazer. Não avançamos. Sem professores mais bem preparados, não conseguimos.”
“É fundamental o professor saber incorporar a tecnologia a sua maneira de ensinar”
Diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), Lúcia Dellagnelo alertou que é importante abrir mais o conceito de tecnologia e educação para avançar na construção de novas metodologias de ensino. “Tratar a tecnologia e a educação como um bloco só não nos ajuda a pensar e a nos mover para o futuro. Precisamos ir além de ensinar somente linguagem de programação e de como funciona uma rede wi-fi, por exemplo. É necessário construir matrizes de competências focadas nas habilidades socioemocionais, no protagonismo do aluno na sua aprendizagem, em novos conteúdos e na preparação dos docentes. É fundamental que o professor saiba como incorporar a tecnologia na sua maneira de ensinar, como fazer curadoria de recursos educacionais e digitais e em como usar a tecnologia para saber avaliar os alunos. Também é importante que o professor oriente seus alunos sobre cidadania digital, a ter uma postura crítica, reflexiva e ética sobre o uso das tecnologias, a estar atento às questões que separam os momentos em que a tecnologia ajuda e aos que criam ainda mais problemas para a humanidade”, explicou.
Lúcia também destacou a contribuição do Sesi e Senai na formação de professores para a rede de ensino pública. “O Sistema S está posicionado e estruturado de forma excepcional para ser parceiro técnico das secretarias estaduais e municipais na capacitação dos docentes para o uso de tecnologia em seus laboratórios. A maior parte da rede pública de educação contrata as universidades para fazer essa formação e, muitas vezes, essas instituições têm uma postura abstrata, teórica demais e que passa longe da realidade do ‘chão’ da sala de aula”.
O desafio da formação de docentes foi abordado também por Eduardo Deschamps, doutor em Engenharia Elétrica e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação. “O Brasil vive um momento muito positivo para discutir educação e propor coisas diferentes. É um bom momento para discutir qual é o princípio norteador da pedagogia que a gente vai utilizar na educação brasileira. O grande desafio está na educação de professores. Como quebrar a inércia do sistema educacional, que está dando voltas o tempo inteiro, como a inflação, nos anos 90, só quebrada pelo advento do Plano Real”, disse, em referência ao conjunto de reformas econômicas implementadas no Brasil. Ele lamentou que não há em universidade no País nenhuma pesquisa sobre qualificação do professor, o que “amplia a distância entre o chão da escola, da educação básica, e da universidade.”
Para o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira Brasil, com a criação do Conselho de Pensadores, a Fieg proporciona uma oportunidade ímpar, ao possibilitar, no âmbito de sua estrutura, do Sesi e Senai, o efeito demonstrativo das experiências. “O caminho é construir, de forma pragmática, no Sistema Fieg, um modelo fazendo essa integração para mudar a pedagogia, um laboratório vivo com vários integrantes.
QUEM SÃO OS PENSADORES
ALEXANDRE CAMPOS SILVA
PhD em Gestão do Conhecimento pela PUC São Paulo e Google Cloud Innovation in Education Brazil, professor da PUC/SP em Tecnologias da Inteligência e Design Digital e trabalha no Google em São Paulo. Graduado em Ciência da Computação, pós-graduado em Advanced Software Technologies, mestre e doutor em Comunicação e Semiótica. Foi conselheiro do itSME – IT Service Management Forum Brasil (Governança Corporativa de Tecnologia da Informação). Leva a inovação do Google for Education para escolas e universidades do ensino fundamental e médio no Brasil. Envolve-se com um ecossistema de parceiros, como Start-ups, EdTechs, Publishers, OEMs e agências de consultoria para transformar a educação e resolver problemas de TI do mercado educacional.
CELSON PANTOJA LIMA
Doutor em Computação pela New University Of Lisbon. Ex-reitor do Centro Universitário Senai/SC e professor e pesquisador da Ufopa. Foi líder de projetos da Comunidade Europeia e do Senai/DN. Mais de 20 anos de experiência internacional, incluindo 2 anos no Industrial Performance Centre (MIT), 8 anos no Centre Scientifique et Technique du Batiment (CSTB, França) e 11 anos na New University of Lisbon. Longo histórico de participação em projetos internacionais. Profissional capacitado em Inovação para a Educação, Ferramentas para Inovação, Gestão do Conhecimento, Ciência da Computação, Palestras e Tecnologia Educacional. Atualmente, dirige a Unidade de Negócios de Ensino Superior do Senai/SC, Brasil.
CLÁUDIO SASSAKI
Arquiteto e urbanista pela USP, mestre pela Stanford University Graduate School of Education, cofundador e CEO da Geekie, referência em educação inovadora com alcance de mais de 12 milhões de estudantes. Mestre em educação pela Universidade de Stanford. Lidera um time multidisciplinar de alta performance e atua em parceria com educadores, estudantes e famílias, desenvolvendo iniciativas inovadoras para enfrentar alguns dos principais desafios da educação básica. Antes de perseguir com o sonho de contribuir para a transformação da educação brasileira, atuou no mercado financeiro, chegando a ocupar o cargo de vice-presidente de grandes bancos de investimento mundiais, como o Credit Suisse e o Goldman Sachs.
EDUARDO DESCHAMPS
Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, presidente do Conselho Nacional de Educação. Possui graduação, mestrado e doutorado em Engenharia
Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor da Universidade Regional de Blumenau – FURB, onde foi reitor e presidente. Foi membro do Conselho de Desenvolvimento Regional de Blumenau e do Conselho de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – DESENVESC. Diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de Blumenau, secretário de Estado da Educação, presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação, conselheiro do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina e do Conselho Nacional de Educação, onde presidiu as Comissões do Sistema Nacional de Educação, do Ensino Médio e da Base Nacional Comum.
EDWARD MADUREIRA BRASIL
Doutor em Agronomia Universidade Federal de Goiás, diretor da Escola de Agronomia por dois mandatos (1998-2002 e 2002-2006). Reitor da Universidade Federal de Goiás por dois mandatos. Membro eleito para o Diretório Nacional da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) na qual, de 2007 a 2008, foi eleito para a sua Diretoria Executiva e, em 2010, tornou-se presidente. Diretor do Parque Tecnológico Samambaia da UFG (2017). Presidente da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA).
JEFFERSON DE OLIVEIRA GOMES
Doutor em Engenharia Mecânica pela UFSC/RWTH Aachen Alemanha, superintendente de Inovação da CNI. Professor do ITA. Foi presidente do IPT, Diretor Regional do Senai/SC e Gerente Executivo da Unitec DN. Possui graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em cooperação com a RWTH- Aachen – Alemanha. Trabalha em projetos com o Fórum Econômico Mundial (WEF) relacionados à 4ª Revolução Industrial. Já foi consultor Unesco para o mesmo tema e do Banco Mundial para educação tecnológica do futuro. Prestou suporte tecnológico e organizacional para mais de 80 empresas.
LÚCIA DELLAGNELO
Diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB). Mestre e doutora em Educação pela Universidade de Harvard (Estados Unidos). Condecorada pelo MEC, com a medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo. Foi secretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina, onde criou o Cluster de Inovação na Educação. Fundou e presidiu o Conselho do Instituto Comunitário (Icom) Grande Florianópolis. Tornou-se uma referência nacional e internacional no tema da tecnologia educacional. Entre outras atuações, preside a comissão julgadora do Prêmio King Hamad bin Isa Al-Khalifa, promovido pela Unesco, para iniciativas mundiais de uso de tecnologia na escola.
MARIA HELENA GUIMARÃES DE CASTRO
Mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), especialista em Avaliação de Políticas Públicas na Universidade de Grenoble/França, possui graduação em Ciências Sociais e mestrado em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professora aposentada da Unicamp, onde ocupou os cargos de diretora adjunta do Núcleo de Políticas Públicas/NEPP, membro da Congregação e professora adjunta de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. No governo federal, foi secretária executiva do Ministério de Educação, presidente do INEP, secretária nacional de Ensino Superior, membro da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação. Foi
membro do Comitê Diretivo da Unesco da Agenda 2030 e do Governing Board do Pisa/OCDE. No governo do Estado de São Paulo, foi secretária de Educação, secretária de Desenvolvimento Social, secretária de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, diretora executiva da Fundação SEADE e membro do Conselho Estadual de Educação. Foi secretária municipal de Educação de Campinas e presidente nacional da UNDIME. Atualmente, exerce as seguintes funções: conselheira da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação/CNE; presidente da Associação Nacional de Avaliação Educacional (ABAVE); membro do Comitê Técnico do Todos pela Educação/TPE; membro do Comitê de Avaliação do Movimento pela Base, conselheira do Conselho Consultivo da Organização dos Estados Ibero-Americanos/OEI e embaixadora do Pisa para escolas no Brasil. É acadêmica da Academia Brasileira de Educação e da Academia Paulista de Educação. Publicou vários artigos e capítulos de livros na área de educação e avaliação de políticas públicas.
MOZART NEVES RAMOS
Doutor em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pós-doutor em Química pela Politécnica de Milão, membro do Conselho Nacional de Educação. Possui graduação, doutorado e pós-doutorado em Química. Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados da USP – Ribeirão Preto. Foi reitor e pró-reitor acadêmico da UFPE e diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna. Presidiu o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras. Foi secretário de Educação de Pernambuco. Autor dos livros Sem Educação Não Haverá Futuro (2018); Educação Brasileira: Uma Agenda Inadiável (2015); Educação Sustentável (2006). Foi agraciado com as seguintes comendas: Personalidade das Artes, Ciências e Letras da França; Educador Internacional do Ano – IBC Cambridge; Cavalheiro da Ordem do Mérito da República Italiana.
PAULO VARGAS
Economista pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, especialista em Planejamento Estratégico e Administração de Empresas, diretor regional do Senai de Goiás; superintendente do Sesi de Goiás; coordenador administrativo do Sistema Fieg; membro do Comitê Executivo de Planejamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
RAFAEL LUCCHESI
Economista pela Universidade Federal da Bahia, é diretor de Educação e Tecnologia da CNI, diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, integra o Conselho Nacional de Educação desde maio de 2016. Foi diretor de Operações da CNI (2007-2010), secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado da Bahia (2003-2006), quando foi presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONSECTI). Nesse período, foi membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).
SANDRO MABEL
Administrador e especialista em negócios. Empresário, começou a trabalhar aos 13 anos e aos 23 anos assumiu a presidência da empresa Mabel. Formado em Administração de Empresas, com cursos de especialização dentro e fora do país. Em sua trajetória, Sandro Mabel sempre exerceu liderança de movimentos importantes para o desenvolvimento da indústria no Estado. Como político, foi deputado estadual por um mandato e deputado federal por 20 anos. Sandro
Mabel assumiu a presidência da Federação das Indústrias do Estado de Goiás em janeiro de 2019, com a missão de fortalecer as indústrias do Estado. Em 2020, assumiu a presidência do Conselho de Mineração da Confederação Nacional da Indústria (Comin-CNI)