Grupos críticos aproveitaram a passagem do presidente Bolsonaro de jet-ski para criticá-lo aos gritos de “genocida”, “a favor da Rússia”, “vai trabalhar” e “fora, Bolsonaro”.
Bolsonaro repete neste feriado de Carnaval, em Guarujá (SP), um roteiro já conhecido de passeios de jet-ski e motocicleta, além de jantares e saídas acompanhado de comitiva.
Ele está hospedado desde sábado (26) no hotel de trânsito do Forte dos Andradas, onde deve ficar até quarta (2). Não há agenda oficial no período.
Acompanhado pelo assessor especial Tenente Mozart Aragão, o presidente Jair Bolsonaro acenou para apoiadores no litoral paulista, de colete e em pé em um jetski no meio do mar. As imagens remetem às vistas nos últimos dias de 2021, quando enfrentou críticas pelos dias de folga em meio às intensas chuvas na Bahia.
Na segunda-feira (28), Bolsonaro reclamou dos questionamentos a respeito do gasto com dinheiro público em viagens suas e de auxiliares do governo.
“Eu estou aqui num quarto no quartel do Exército no Guarujá. Não tem despesa nenhuma aqui. Quanto custa a diária desse quarto aqui? R$ 100 reais, talvez. Eu estou chutando”, disse em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan.
“Se achar que eu não devo sair mais de folga, se eu virar candidato à reeleição, que não vote em mim, aí eu não vou estar mais aqui no hotel”, afirmou.
Nesta terça, Bolsonaro deixou a fortificação de jet-ski, por volta de 10h, com destino a Fortaleza de Itaipu, em Praia Grande.
Antes de chegar ao local, apareceu acompanhado de parte da comitiva na Ponta da Praia, em Santos, onde mergulhou no mar e provocou grande aglomeração com banhistas presentes. O momento foi registrado em live nas redes sociais do presidente.
No local, foi recebido por gritos de apoio e ofensas. Pouco depois, na chegada ao Canto do Forte, a cena tornou a se repetir. Desta vez, um dos presentes se aproximou do grupo de apoiadores gritando palavras como “genocida” e “lixo” direcionadas a Bolsonaro. As ofensas quase desencadearam confusão, evitada por ação da guarda municipal.
Bolsonaro acabou sendo levado depois diretamente para as dependências da Fortaleza. Em situações anteriores, era comum, sempre que chegava à Praia Grande, ele atender por alguns minutos aos presentes e dar declarações a jornalistas.
O local sempre é preparado antes com a chegada de sua comitiva e de seguranças fazendo separação do político e de apoiadores por meio de gradis.
No final do ano passado, Bolsonaro viajou para Penha, no litoral de Santa Catarina, e visitou o parque Beto Carrero World. Dias antes, próximo ao Natal, em outra visita a Guarujá, fez passeios de lancha com dança de funk, pastel em feira livre, jantar em pizzaria, presença em culto evangélico e pescaria em uma ilha conhecida por répteis perigosos.
Essa é a décima passagem de Bolsonaro por Guarujá desde o início do mandato. Na comitiva que o acompanha estão o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, o deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ) e os assessores especiais Mosart Aragão e Max Guilherme.