Diego Garcia adotou discurso bolsonarista e disse não haver provas contra a deputada
O relator da ação sobre a perda de mandato de Carla Zambelli (PL-SP) na Câmara, deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR), votou pela manutenção dela no cargo, na terça-feira (2). Após o parecer, os parlamentares decidiram adiar a análise do documento para a próxima semana.
Diego Garcia adotou discurso bolsonarista e disse não haver provas contra Zambelli, presa na Itália e condenada por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele também falou em perseguição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, apesar da decisão ter sido colegiada.
“Está aqui um relatório com mais de 140 páginas. O meu voto é pela preservação do mandato da deputada Carla Zambelli. Repito, não há uma certeza de que a deputada ordenou os ataques [do sistema do Conselho Nacional de Justiça]”, disse o deputado para jornalistas na Câmara.
Ele afirmou, ainda, que não teve acesso completo aos autos do processo, que é sigiloso. “Eu solicitei a quebra do sigilo ao STF [Supremo Tribunal Federal] e essa quebra do sigilo foi negada pelo ministro relator [Alexandre de Moraes]. Os autos eram incompletos.”
Garcia ainda reforçou que “a Câmara não pode tomar decisões que resultem em perda de mandato com base apenas em suspeitas que deixam margem para dúvida” e que existe “dúvida profunda, grave e legítima”.
O STF enviou a determinação de cassação em 16 de maio. Contudo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não acatou e enviou o caso para análise dos parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
