
PL quer aproveitar ausência de Motta para pautar anisita
Ideia é que o vice-presidente da Casa, Altineu Cortês (PL-RJ), coloque o tema para votação na próxima oportunidade

Ideia é que o vice-presidente da Casa, Altineu Cortês (PL-RJ), coloque o tema para votação na próxima oportunidade
O PL quer aproveitar a primeira ausência do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ideia é que o vice-presidente da Casa, Altineu Cortês (PL-RJ), coloque o tema para votação na próxima oportunidade.
A informação foi apurada pelo Metrópoles nesta sexta-feira (28). Altineu já tem sofrido pressões do tipo há algum tempo.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, teria ligado para Altineu quando Motta viajou para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), há duas semanas. O vice, contudo, se recusou e alegou não ser possível, pois o paraibano já teria deixado a pauta pronta.
Líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também tentou intimidar o colega, conforme apurado. Ele exigiu a colocação da matéria, dizendo que Altineu havia prometido à família Bolsonaro. Ele, contudo, não cedeu.
Ainda em agosto, o vice chegou a prometer publicamente que pautaria o tema. “Eu, como vice da Câmara e do Congresso, sempre busquei equilíbrio e diálogo. Sempre respeitei Motta, que tem a pauta na sua mão. Diante dos fatos, já comuniquei a Motta que, no primeiro momento em que eu exercer a presidência plena da Câmara, quando Motta se ausentar do país, irei pautar a anistia”, afirmou a jornalistas, à época.
Motta viajaria para a Europa nesta semana para encontrar o papa Leão XIV, mas desistiu. Seria outra oportunidade para que o PL fizesse pressão no vice-presidente.
Atualmente, o projeto de anistia ampla e irrestrita sofre pressão para ser enterrado. Inclusive, ele é considerado inconstitucional por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e só geraria crise entre os Poderes. No momento, a Câmara trabalha com a possibilidade de uma proposta de dosimetria, com relatoria do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). A versão ainda não foi apresentada.
Desde a prisão preventiva de Bolsonaro no último sábado (22), o PL faz pressão pela pauta. Na terça-feira (25), o ex-presidente começou a cumprir a pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado na carceragem da Polícia Federal (PF), em Brasília.