
Bolsonaro perde salário de R$ 46,3 mil que recebia do PL
A remuneração de Bolsonaro permanecerá suspensa até a extinção da pena por golpe de Estado, que é de 27 anos e três meses

A remuneração de Bolsonaro permanecerá suspensa até a extinção da pena por golpe de Estado, que é de 27 anos e três meses
Dois dias após o ex-presidente Jair Bolsonaro começar a cumprir os 27 anos e três meses de prisão, o PL suspendeu, nesta quinta-feira (27), seu salário de R$ 46,3 mil mensais como presidente de honra do partido.
A remuneração de Bolsonaro permanecerá suspensa até a extinção da pena por golpe de Estado. “Infelizmente, por decorrência da Lei 9.096/1995 e em razão da suspensão dos direitos políticos do nosso presidente de honra, Jair Bolsonaro, as respectivas atividades partidárias de nosso líder estarão igualmente suspensas, inclusive a sua remuneração”, justificou o PL.
De acordo com a prestação de contas parcial enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PL pagou, neste ano, R$ 402,5 mil a Bolsonaro até o último mês de outubro. Além dos R$ 46,3 mil transferidos a título de “serviços técnico-profissionais”, que, líquidos, caíam para R$ 33,8 mil, o partido chegou a transferir R$ 99,4 mil para o ex-presidente por “outras despesas” em fevereiro.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pôs panos quentes e eximiu o PL de culpa. “A suspensão das atividades partidárias de Bolsonaro foi algo obrigatório, e não por vontade do partido. Se ele está arbitrariamente impedido de trabalhar, a Lei determina isso. Agora é hora de permanecermos unidos. Enquanto eu estiver vivo, nada faltará ao meu pai!”, afirmou o filho.
Apesar de o PL ter interrompido o pagamento do salário de Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro recebe, como presidente do PL Mulher, os mesmos R$ 46,3 mil pagos ao marido até então – o valor, líquido, também cai para R$ 33,8 mil. À frente do braço do partido, a ex-primeira-dama deve se candidatar ao Senado pelo Distrito Federal em 2026.
Além de perder o salário, Bolsonaro está inelegível até as eleições de 2060. Como a Lei da Ficha Limpa exige o cumprimento dos oito anos de inelegibilidade após a extinção de uma pena, o ex-presidente seguirá com os direitos políticos suspensos por 35 anos e três meses. Ele já estava inelegível até 2030 em razão de duas condenações do TSE por abuso de poder político.
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