
Motorista que parou São Paulo confessa à Polícia Civil que forjou situação
Na ocasião, a via do Rodoanel chegou a ficar interditada durante cinco horas e causou 40 km de congestionamento

Na ocasião, a via do Rodoanel chegou a ficar interditada durante cinco horas e causou 40 km de congestionamento
O motorista Dener Laurito dos Santos, que no dia 12 de novembro causou o bloqueio no Rodoanel Mário Covas sob alegação de ter sido amarrado a supostos explosivos, confessou à Polícia Civil ter forjado a situação. Segundo o g1 , ele assumiu que simulou a situação em depoimento às 14h na delegacia de Taboão da Serra, nesta quarta-feira, 19.
Dener deve responder por falsa comunicação de crime após admitir que ele próprio produziu o simulacro de bomba. Na ocasião, a via do Rodoanel chegou a ficar interditada durante cinco horas e causou 40 km de congestionamento.
As autoridades confrontaram o motorista com contradições entre a versão dada por ele e as informações apuradas. Ao ser questionado, ele confessou ter inventado toda a história.
Natural de Ribeirão Pires e colaborador da transportadora Sitrex, Dener contou que estava em viagem desde 12 de outubro. Ele saiu de Quatro Barras, no Paraná, com uma carga de explosivos destinada ao Peru, e retornava para casa quando foi abordado pelos assaltantes.
Na entrevista, ele disse que uma caminhonete se aproximou e um homem que estava na caçamba atirou uma pedra contra o para-brisa do caminhão. Na sequência, os criminosos subiram na cabine, amarraram Dener e o mantiveram sob ameaça. Eles exigiram que o caminhoneiro ligasse para a empresa, com a intenção de sequestrar outro funcionário e roubar a carga.
Na altura do quilômetro 45 do Rodoanel, os suspeitos o obrigaram a atravessar o veículo na pista, bloqueando a via, conforme a vítima relatou à polícia. Dener chegou a ter as mãos amarradas, mas depois de ficar sozinho conseguiu entrar em contato com o Centro de Controle Operacional da rodovia. Ele relatou que havia sido sequestrado e que os criminosos haviam deixado explosivos na carreta – posteriormente identificados como falsos.
Aos policiais, o motorista teria dito que o grupo pretendia usar o caminhão para transportar armas de fogo até o Rio de Janeiro. O veículo estava vazio e não há informações de que os supostos assaltantes tenham levado algum pertence da vítima no crime.
No dia 12 de novembro, o motorista de um caminhão estava atravessado na pista externa do Rodoanel, na altura do km 44, no trecho de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, no sentido da Rodovia Presidente Dutra. Antes de a polícia chegar, o condutor da carreta foi encontrado amarrado por motoristas que passavam pelo local.
As autoridades foram acionadas e interditaram o Rodoanel nos dois sentidos, para realização do trabalho do GATE (Esquadrão Antibomba do Grupo de Ações Táticas Especiais), que concluiu que o artefato não era uma bomba.
O motorista havia saído do Acre com destino a São Bernardo do Campo, o ABC Paulista. Por volta das 9h15, um policial do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) se aproximou da carreta vestindo uma roupa especial antibomba e se aproximou do motorista. Pouco tempo depois, o condutor desceu da cabine e caiu desmaiado no asfalto. Ele foi carregado por outros agentes e levado em uma maca da concessionária.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado confirma que explosivo analisado era falso. “A equipe, com o uso de materiais específicos, incluindo drone, realizou a verificação do material encontrado no veículo e constatou que se tratava de um simulacro de explosivo.” O condutor do veículo foi levado a um hospital da região.
Após quase 5 horas de bloqueio, a carreta foi retirada do meio da pista, mas segue na pista lateral do trecho entre as rodovias Régis Bittencourt e Imigrantes no sentido Rodovia Presidente Dutra. O trânsito no outro sentido chegou a ser interditado, mas foi liberado por volta das 10h. Segundo a concessionária, o congestionamento na região chega a 20 km.
O homem foi indiciado por falsa comunicação de crime, conforme o artigo 340 do Código Penal, após confessar em depoimento que ele próprio produziu o simulacro de bomba. As investigações continuam sob responsabilidade da DISE de Taboão da Serra para o completo esclarecimento dos fatos e a devida responsabilização criminal do indiciado.
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