Brasil, 19 de novembro de 2025
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Política

Apenas dois deputados goianos votaram contra o PL Antifacção; houve uma ausência

Texto teve seis versões pelo relator e ainda manteve divergências com o governo Lula

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O projeto de lei (PL) Antifacção passou na noite de terça-feira (18), na Câmara dos Deputados, por 370 votos a favor, 110 contra e três abstenções. Em Goiás, apenas dois parlamentares foram contrários: a Delegada Adriana Accorsi (PT) e Rubens Otoni (PT). A deputada Silvye Alves estava ausente. Os outros 14 foram favoráveis ao projeto que aumenta penas contra organizações criminosas e cria o Marco Legal do Combate ao Crime Organizado.

Presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) manteve a votação do texto do relator, Guilherme Derrite (PP-SP), que chegou à sua sexta versão, mesmo sem acordo com o governo Lula (PT). A proposta, inclusive, manteve trecho que divide os recursos de bens apreendidos em ações contra o crime organizado, maior divergência entre o Executivo, a Polícia Federal e o deputado de São Paulo.

A divisão ficou da seguinte forma:

  • Se a investigação for da polícia do Estado, o dinheiro vai para o Fundo de Segurança Pública estadual;
  • No caso de a investigação ser da Polícia Federal, o dinheiro vai para o Fundo Nacional de Segurança Pública; e
  • Quando a operação é conjunta PF + polícia estadual/distrital, o valor é dividido: 50% para o fundo nacional e 50% para o fundo estadual (ou do DF).

Para o governo e a PF, esse recurso deveria ser destinado apenas a fundos federais, como já ocorre.

Além disso, o texto determinou pena de 20 a 40 anos contra organizações criminosas, sem possibilidade de anistia, graça, indulto ou livramento condicional, mais agravante de 2/3 se o apenado exercer comando, financiar o crime, usar armas restritas ou praticar violência contra autoridades e pessoas vulneráveis. Não cabe fiança.

A matéria, que redefine facção criminosa e cria a “organização criminosa ultraviolenta”, também prevê que líderes de facção condenados ou sob custódia cumpram pena em prisões federais de segurança máxima. O último texto de Derrite, em gesto positivo ao governo, também garantiu o bloqueio de bens ligados às facções ainda na fase de inquérito – antes era exigido o trânsito em julgado.

Ainda sobre a definição, trata-se de grupo formado por três ou mais pessoas que usem violência, grave ameaça ou coação para dominar territórios, impor controle social, intimidar autoridade ou população, além de atacar serviços ou estruturas essenciais.

Veja como votou cada deputado de Goiás:

  • Adriano do Baldy (PP) – sim
  • Célio Silveira (MDB) – Sim
  • Daniel Agrobom (PL) – Sim
  • Delegada Adriana Accorsi (PT) – Não
  • Ismael Alexandrino (PSD) – Sim
  • Zacharias Calil (União Brasil) – Sim
  • Flávia Morais (PDT) – Sim
  • Gustavo Gayer (PL) – Sim
  • Jeferson Rodrigues (Republicanos) – Sim
  • José Nelto (União Brasil) – Sim
  • Lêda Borges (PSDB) – Sim
  • Magda Mofatto (PRD) – Sim
  • Marussa Boldrin (MDB) – Sim
  • Professor Alcides (PL) – Sim
  • Rubens Otoni (PT) – Não
  • Samuel Santos (Podemos) – Sim
  • Silvye Alves (União Brasil) – Ausente