O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou neste sábado (8) para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a fim de manifestar sua insatisfação com a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do projeto de lei que institui a chamada Lei Antifacção. A proposta, de autoria do governo federal, foi encaminhada ao Congresso nesta semana.
Segundo o jornal O Globo, Lula demonstrou desconforto com a nomeação de Derrite, que está licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, sob o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) — nome frequentemente citado como possível candidato à Presidência em 2026.
O presidente esperava que a relatoria fosse atribuída a um parlamentar considerado mais neutro, sobretudo diante da acirrada disputa entre o governo e a direita em torno da pauta da segurança pública.
Hugo Motta, por sua vez, assegurou a Lula que o andamento da matéria terá caráter “técnico” e que não haverá interferência política na análise do texto. O deputado também garantiu que o projeto do Executivo não será anexado a propostas que buscam equiparar facções criminosas a organizações terroristas — ponto visto como delicado pelo governo federal.
Lula já havia se posicionado contra essa equiparação, argumentando que a medida poderia criar brechas para ações de outros países no território nacional sob a justificativa de combate ao terrorismo.
Em publicação na plataforma X (antigo Twitter), Motta destacou que a segurança pública deve ser tratada como uma “pauta suprapartidária e uma urgência nacional”. Ele afirmou ainda que pretende trabalhar para que a Câmara aprove a proposta ainda neste ano.
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