
Goiás diz ao STF que o Tocantins ocupou parte do território goiano
Estado vizinho teria ocupado local situado na região norte de Cavalcante, conhecido como “Quilombo Kalunga dos Morros”

Estado vizinho teria ocupado local situado na região norte de Cavalcante, conhecido como “Quilombo Kalunga dos Morros”
Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta semana, para que o Estado do Tocantins desocupe área pertencente ao território goiano. O “vizinho” teria ocupado local situado na região norte de Cavalcante, conhecido como “Quilombo Kalunga dos Morros”.
Segundo a PGE, o ocupação irregular atinge cerca de 12,9 mil hectares (129 km²) do território, o que viola a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil. Esta inclui a oferta de serviços públicos tocantinenses na região e a instalação de um portal turístico no “Complexo do Canjica”.
A ação esclarece que a ocupação aconteceu por erro de toponímia na Carta Topográfica “São José”, elaborada pela Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro em 1977, “que identificou incorretamente o ‘Rio da Prata’ no lugar do ‘Ribeirão Ouro Fino’, ensejando a indevida percepção de pertencimento territorial pelo Estado do Tocantins”.
Dentre outras coisas, o erro fez com que o Município de Cavalcante deixasse de contabilizar parte de sua população no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A situação resultou em redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Conforme o procurador-geral do Estado, Rafael Arruda, que assina a ação, Goiás tentou soluções administrativas e técnicas junto à DSG/Exército, ao IBGE e ao próprio Estado do Tocantins. Todavia, não teve êxito. Assim, foi preciso buscar o STF para a desocupação imediata da região pelo Tocantins e a retificação dos limites territoriais oficiais.
“A ação não se restringe à tutela de um interesse local ou patrimonial, mas representa o restabelecimento da verdade geográfica e jurídica sobre o território nacional, em estrita observância ao desenho federativo traçado pela Constituição Federal”, afirma Arruda. A ação foi protocolada na segunda-feira (3).
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