
STF publica acórdão de julgamento que condenou Bolsonaro
Advogados de defesa dos réus têm cinco dias para apresentar embargos de declaração

Advogados de defesa dos réus têm cinco dias para apresentar embargos de declaração
O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou o acórdão do julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que inclui a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quarta-feira (22). Com isso, as defesas têm até cinco dias para apresentar os embargos de declaração.
Quando ocorre a publicação do acórdão, fica formalizada a decisão do colegiado. Consta no documento o relatório e o voto do relator (neste caso, o ministro Alexandre de Moraes), e os votos dos demais ministros, mais a decisão final.
Sobre os embargos de declaração, eles servem para apontar contradições, omissões ou trechos que não estão claros, não para mudar o mérito. Cabe ao relator analisar, após enviar pedido de parecer à Procuradoria-Geral da República. Depois, a turma vota.
Confira as penas dos condenados do núcleo 1 da trama golpista:
Jair Bolsonaro — 27 anos e 3 meses de prisão e multa de R$ 349 mil
O ex-presidente recebeu a pena mais severa do julgamento: 27 anos e 3 meses de prisão, sendo 24 anos e 9 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção, em regime fechado.
Além disso, Bolsonaro foi condenado ao pagamento de 124 dias-multa, no valor de dois salários mínimos por dia, totalizando R$ 349.376,00. A multa foi elevada por sugestão de Flávio Dino, que considerou o “padrão financeiro elevado” do ex-presidente.
Mauro Cid — 2 anos de prisão em regime aberto
Delator do caso, o tenente-coronel Mauro Cid foi condenado a 2 anos de prisão em regime aberto, com aplicação dos benefícios da delação premiada. O perdão judicial foi rejeitado por Moraes, que argumentou que crimes contra a democracia não devem ser anistiados.
General Braga Netto — 26 anos e 6 meses
O ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro foi condenado a 26 anos e 6 meses de prisão, sendo 24 anos de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção, em regime fechado. Moraes também aplicou 100 dias-multa no valor de 1 salário mínimo por dia.
Anderson Torres — 24 anos
O ex-ministro da Justiça recebeu 24 anos de prisão, divididos entre 21 anos e 6 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção, em regime fechado. Também foi condenado a 100 dias-multa.
Almir Garnier — 24 anos
Ex-comandante da Marinha, Garnier teve pena idêntica à de Anderson Torres: 24 anos, com a mesma divisão entre reclusão e detenção, além de 100 dias-multa. Moraes entendeu que sua conduta foi equivalente à de Torres.
General Augusto Heleno — 21 anos
O ex-ministro-chefe do GSI foi condenado a 21 anos de prisão, sendo 18 anos e 11 meses de reclusão e 2 anos e 1 mês de detenção, além de 84 dias-multa. O regime inicial de cumprimento é fechado.
General Paulo Sérgio Nogueira — 19 anos
Inicialmente, Moraes propôs pena maior, mas recuou e seguiu a sugestão de Flávio Dino, que fixou a pena em 19 anos, com 84 dias-multa. O militar comandou o Exército até o fim do governo Bolsonaro.
Alexandre Ramagem — 16 anos, 1 mês e 15 dias
O deputado federal e ex-diretor da Abin foi condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, além de 50 dias-multa. A pena foi atenuada por sugestão da ministra Cármen Lúcia, que levou em conta o afastamento de Ramagem do governo ainda em 2022.
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