Irmãos recebem rins da mesma doadora em transplantes inéditos em Goiás

Irmãos receberam rins em transplantes inéditos em Goiás. O primeiro caso goiano aconteceu no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), na última sexta-feira (17). Os pacientes receptores receberam os órgãos de uma mesma doadora, caso raro na medicina.

Com essa cirurgia, o HGG chega a 127 transplantes renais realizados neste ano. Sobre os dois receptores, eles são policiais militares da reserva e fazem parte de uma família de sete irmãos, naturais de Porangatu, no norte do estado.

Segundo Aldemar Cavalcante Barros, de 59 anos, o mais velho, ele aguardava na fila para realizar o transplante renal há quatro anos, quando iniciou a diálise, após perder as funções renais devido à diabetes. Já o irmão dele, Divino Cavalcante Barros, de 57 anos, perdeu as funções renais há um ano com o mesmo diagnóstico.

Médico cirurgião, Rodrigo Rosa integra uma das equipes do Serviço de Transplante Renal do HGG. Segundo ele, para que o procedimento ocorra, são necessários exames específicos, tanto de compatibilidade sanguínea, como dos chamados “alelos”. “Como se fosse uma cicatriz que a gente carrega no nosso gene. Cada pessoa tem um par de alelos e a gente avalia, populacionalmente, se o organismo daquele receptor não vai ter anticorpos que vão reagir contra doadores que não têm relação familiar direta com ele”, explica.

Dados da Central Estadual de Transplantes revelam que 2.458 pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás atualmente, sendo 686 aguardando para transplantes renais, 12 de fígado, três de pâncreas e dois pâncreas/rim. A posição na fila de espera para doação de órgãos varia e depende de diversos fatores. Entre eles, compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, conforme avaliação da equipe cirúrgica e sempre com o conhecimento do receptor. Quem regula a fila é o Sistema Único de Saúde (SUS).

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