Brasil, 16 de outubro de 2025
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PGR pede reabertura de inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF

Investigação motivada por falas de Moro foi arquivada em 2022

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (15), a reabertura do inquérito que investiga a suposta interferência de Jair Bolsonaro (PL), então presidente, na Polícia Federal (PF). O pedido destinado a Alexandre de Moraes foi protocolado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O PGR justificou que existe “a necessidade de realização de diligências complementares, para possibilitar um juízo adicional e mais abrangente sobre os fatos investigados”.

Vale lembrar que, em 2020, o STF aceitou pedido de Augusto Aras, então PGR, para apurar denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, o hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Em coletiva, o também ex-juiz disse que deixava a pasta no governo devido à demissão do diretor-geral da PF Maurício Valeixo.

Segundo ele, Bolsonaro queria uma pessoa de seu “contato pessoal” para conseguir relatórios de inteligência. Em março de 2022, a PF relatou não ter encontrado crimes e a PGR pediu o arquivamento do inquérito.

Entre os motivos para a reabertura, Gonet citou troca de mensagens entre Moro e Bolsonaro. Em uma delas, o ex-presidente envia uma reportagem com o título: “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas.” Ele então comenta: “Mais um motivo para a troca.”

Segundo o procurador-geral da República, é “imprescindível, portanto, que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações apontadas nos diálogos e do depoimento do ex-ministro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”.