Brasil, 11 de outubro de 2025
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Internacional

Nobel da Paz vai para María Corina Machado, líder da oposição a Maduro

Reconhecimento "por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia"

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O Prêmio Nobel da Paz de 2025 foi concedido a María Corina Machado. Ela é a líder da oposição à ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela.

Para o Comitê Norueguês do Nobel, que organiza o prêmio, Corina recebeu o reconhecimento “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.

Ela foi responsável por unir e conduzir a oposição do país na eleição do ano passado, criando uma estratégia contra o controle chavista. Na ocasião, milhares de voluntários foram aos centros de votação e conseguiram as atas eleitorais que comprovariam as fraudes nas urnas.

Presidente do comitê norueguês do Nobel, Jørgen Watne Frydnes disse que a líder da oposição venezuelana é uma “figura-chave e unificadora em uma oposição política que antes era profundamente dividida — uma oposição que encontrou um ponto comum na demanda por eleições livres e governo representativo”.

Corina venceu as primárias da oposição em 2023 com mais de 90% dos votos. Ela, contudo, foi impedida de disputar o pleito por decisão da Justiça (alinhada com o chavismo) e apoiou Edmundo González, que afirma ter vencido as eleições com 67% dos votos. O grupo divulgou as cópias dos registros de votação que comprovam a versão.

Ainda assim, Maduro proclamou vitória sem apresentar dados da votação e tomou posse para o terceiro mandato consecutivo. Corina e a oposição denunciaram fraude eleitoral com as atas coletadas.

Hoje, ela vive escondida no país, pois não quis fugir, apesar da perseguição. As autoridades do país acusam Corina de liderar conspirações contra Maduro e já detiveram quase mil pessoas próximas a ela.

“No último ano, a Sra Machado foi forçada a viver escondida. Apesar das sérias ameaças à sua vida, ela permaneceu no país, uma escolha que inspirou milhões. Quando autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem”, disse Frydnes.