Depois de quase quatro anos vivendo com as famílias erradas, os meninos trocados em uma maternidade de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, finalmente voltaram para os pais biológicos. A Justiça homologou o acordo nesta semana.
A troca foi descoberta no ano passado, quando Cláudio Alves pediu um exame de DNA para confirmar a paternidade do filho. O resultado mostrou que ele não era o pai biológico. A ex-mulher, Yasmin Kessia da Silva, também fez o teste, e o laudo apontou que ela tampouco era a mãe da criança. A informação foi divulgada pela TV Anhaguera.
O primeiro exame foi feito no dia 31 de outubro de 2024. Como o casal duvidou do resultado, pediu uma contraprova, que confirmou a troca.
Os bebês nasceram em dezembro de 2021, com apenas cinco minutos de diferença: o filho de Yasmin e Cláudio, às 7h35, e o de Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza, às 7h40.
Por causa da pandemia da Covid-19, os pais não puderam acompanhar o procedimento na sala de pesagem. Foi nesse momento, segundo o inquérito da Polícia Civil, que a troca aconteceu dentro do berçário, após uma técnica de enfermagem confundir as crianças. O caso foi arquivado, já que os bebês estavam com as pulseiras de identificação corretas e não houve crime intencional.
No fim de 2024, as famílias se encontraram pela primeira vez, fizeram um passeio juntos e começaram o processo de “destroca”. Agora, com a decisão da Justiça, as crianças vão morar com os pais biológicos de segunda a sexta-feira, e revezar os fins de semana entre os casais.
De acordo com o documento judicial, no primeiro fim de semana do mês, os meninos ficarão com Yasmin e Cláudio; no segundo, com Isamara e Guilherme. No terceiro, cada um fica em sua casa de origem, e no quarto, passam o fim de semana com os pais socioafetivos.
As certidões de nascimento foram atualizadas, e cada criança passou a ter dois pais e duas mães, reconhecendo o vínculo biológico e afetivo construído ao longo dos anos.