
Tarcísio articulou para derrubar MP do IOF, diz líder do PL
"Eu pedi ajuda ao governador Tarcísio desde ontem. Conversei com ele ontem umas três vezes e hoje umas quatro, pedindo ajuda”, disse Sóstenes
"Eu pedi ajuda ao governador Tarcísio desde ontem. Conversei com ele ontem umas três vezes e hoje umas quatro, pedindo ajuda”, disse Sóstenes
Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), articulou para derrubar a medida provisória (MP) que previa uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A confirmação foi dada na Câmara dos Deputados, na quarta-feira (8), após a retirada da MP da pauta na Casa.
Ele disse que ligou para o governador e pediu ajuda para enterrar a pauta na data. “Falou, sim [com os presidentes de vários partidos]. Com o presidente Valdemar, falou eu mesmo. Eu pedi ajuda ao governador Tarcísio desde ontem. Conversei com ele ontem umas três vezes e hoje umas quatro, pedindo ajuda”, disse Sóstenes.
Vale lembrar que Tarcísio negou o envolvimento após ser acusado pelo relator da MP, Carlos Zarattini (PT-SP), de atrapalhar o texto. “Estou totalmente focado nos desafios e nas demandas de São Paulo. Temos muitas ações e prioridades em andamento aqui no estado, e essa questão cabe ao Congresso”, afirmou o governador por meio de sua equipe.
Com a votação do requerimento de retirada da pauta, que precisava ser votada na quarta-feira, pois era o último dia de vigência da MP, a medida perde a validade. Com isso, ainda em 2025, deve ocorrer um bloqueio nas despesas de 2025, o que inclui emendas parlamentares.
Isso também deve abrir um impasse de R$ 35 bilhões no projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Governistas acreditam que o centrão e a bancada ruralista queriam, justamente, restringir o espaço fiscal de Lula em ano eleitoral.
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em nota, “derrubar a medida provisória que corrigia injustiças no sistema tributário não é uma derrota imposta ao governo, mas ao povo brasileiro“. Ele disse, ainda, que “a medida reduzia distorções ao cobrar a parte justa de quem ganha e lucra mais. Dos mais ricos. Impedir essa correção é votar contra o equilíbrio das contas públicas e contra a justiça tributária. O que está por trás dessa decisão é a aposta de que o país vai arrecadar menos para limitar as políticas públicas e os programas sociais que beneficiam milhões de brasileiros. É jogar contra o Brasil”.