Brasil, 09 de outubro de 2025
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Melhora na aprovação do governo Lula é resultado de acúmulo de vitórias, diz diretor da Quaest

"O acúmulo de vitórias políticas, transformadas em mais notícias positivas, é um bom sinalizador do que está acontecendo com Lula", afirmou Felipe Nunes, da Quaest

Publicado em atualizado às 15:20

A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) mostra que a aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 48%, o maior patamar desde janeiro deste ano, contra 49% de desaprovação. O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 5 de outubro e traz um retrato de empate técnico dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, o cenário de estabilidade com sinais de recuperação se explica por uma série de vitórias políticas acumuladas nos últimos meses. “O acúmulo de vitórias políticas, transformadas em mais notícias positivas, é um bom sinalizador do que está acontecendo”, afirmou.

SAIBA MAIS:

Recuperação em segmentos-chave

Nunes destacou a melhora da aprovação em dois públicos considerados decisivos para a vitória de Lula em 2022: o eleitorado feminino e o Nordeste. Entre as mulheres, a aprovação subiu e já supera a desaprovação (52% a 45%), enquanto no Nordeste passou de 53% em julho para 62% em outubro. Também houve reação no Sul, de 35% para 41%, e oscilação positiva no Sudeste, que alcançou 44%.

Vitórias políticas e efeito simbólico

De acordo com o diretor, episódios recentes ajudaram a impulsionar a percepção positiva do governo. Entre eles, o encontro do presidente Lula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia da ONU. O episódio foi conhecido por 57% dos entrevistados, e quase metade (49%) avaliou que Lula saiu fortalecido politicamente.

Outro momento ressaltado por Nunes foi o discurso de Lula na ONU, considerado bom por 52% dos que tomaram conhecimento.

Popularidade e economia

Felipe Nunes também citou a aprovação quase unânime da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. “Quase 80% são favoráveis à medida. A expectativa sobre a reforma é tão alta que chega a ser exagerada”, observou. Segundo ele, o dado mais surpreendente foi o crescimento da expectativa positiva mesmo entre eleitores de direita e bolsonaristas, fora da base tradicional de apoio ao presidente.

Narrativa política em disputa

Na avaliação do diretor, o governo também obteve vitórias narrativas relevantes. Ele lembrou o aumento da rejeição à ideia de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, que passou de 41% para 47% em um mês, e a ampliação da oposição à chamada PEC da Blindagem, que saltou de 53% para 63%. Além disso, as manifestações de rua contrárias a essas pautas foram vistas por 39% da população como demonstração de força do governo.

Desafios persistentes

Apesar das vitórias políticas, Nunes ressaltou que há pontos de desgaste. “O país se divide quando o assunto é a boa intenção do presidente, a maioria continua avaliando que Lula não tem conseguido cumprir suas promessas, e não conseguimos ainda reverter a percepção de que o país está indo na direção errada”, afirmou.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas em todas as regiões do país. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro, de dois pontos percentuais.