Biden anuncia sanções contra a Rússia e aponta início de invasão à Ucrânia

O presidente dos EUA, Joe Biden (foto), acaba de anunciar um pacote de sanções econômicas contra a Rússia, em resposta à decisão de Vladimir Putin de reconhecer a independência das duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, Donetsk e Luhansk.

Em pronunciamento na Casa Branca, Biden afirmou que as sanções inicialmente afetam dois grandes bancos da Rússia, o VEB e o Banco Militar do país, cortando o financiamento ocidental para eles. A partir desta quarta, 23, devem ser anunciadas novas sanções contra a elite russa, especialmente as famílias “ligadas ao financiamento militar”.

Estamos cortando o governo da Rússia do financiamento ocidental. Eles não podem mais levantar dinheiro e não podem mais negociar suas novas dívidas em nossos mercados”, declarou Biden, que descreveu o discurso em que Putin reconheceu as regiões separatistas como “início de uma invasão à Ucrânia”.

O presidente americano prometeu “impor sanções muito além daquelas de 2014”, ano em que os russos anexaram a Crimeia, e disse que continuará a fornecer armamentos para a defesa da Ucrânia —ele acrescentou que mais 30 mil soldados da Otan serão enviados para Letônia e Lituânia, em resposta à mobilização de soldados russos em Belarus.

“É um movimento defensivo da nossa parte”, afirmou Biden, que disse não ter a menor intenção de entrar em guerra com a Rússia, mas reforçou que os EUA “defenderão seus aliados”.

O presidente americano também afirmou que, em sua fala desta segunda (21), Putin tentou “reescrever a história” e que ele não tem interesse em “diálogo real com a Europa do século 21”. Apesar disso, Biden encerrou seu pronunciamento dizendo esperar que uma solução diplomática do caso “ainda esteja disponível”.

Mais cedo, o governo britânico anunciou sanções contra cinco bancos russos, e a Alemanha suspendeu o funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, que transportaria gás natural da Rússia —Biden também disse trabalhar com os alemães para que o gasoduto não siga em frente.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco deve adotar sanções semelhantes às de 2014, após a anexação da Crimeia.