
Ciro Nogueira quer aperfeiçoar PEC da Blindagem no Senado
"Minha proposta é apresentar um substitutivo garantindo que essa prerrogativa seja assegurada apenas para os crimes de opinião"
"Minha proposta é apresentar um substitutivo garantindo que essa prerrogativa seja assegurada apenas para os crimes de opinião"
Um dia após manifestações pelo País contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) disse que tentaria aperfeiçoar o texto. “Minha proposta é apresentar um substitutivo garantindo que essa prerrogativa seja assegurada apenas para os crimes de opinião. Isso fortalece o Parlamento, a Democracia e a liberdade de expressão”, escreveu nesta segunda-feira (22).
Segundo ele, “caso o Senado decida simplesmente vetar a PEC das prerrogativas, é decisão soberana. Ainda assim, vou propor um aperfeiçoamento que pode atender à cidadania e fortalecer as prerrogativas simultaneamente.
Ciro afirmou, ainda, que a intenção dele é colaborar com o debate. “Democracias fortes são as que têm Parlamentos fortes. Nada mais da essência do Parlamento do que a livre manifestação do pensamento, seja qual for a orientação política”, finalizou.
Protestos
Manifestantes se mobilizaram em várias cidades do País, no domingo (21), contra a PEC da Blindagem e o projeto que anistia pessoas condenadas pelo 8 de janeiro. Na Avenida Paulista, o ato chegou a 42,4 mil pessoas, segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
A estimativa da equipe do Monitor do Debate Político do Cebrap, feita em parceria com a ONG More in Common, refere-se ao público presente ao ato às 16h06. Ela foi produzida com fotos aéreas e contou com auxílio de software. Com a margem de erro do levantamento, estavam presentes de 37,3 mil a 47,5 mil pessoas.
Para comparação, a manifestação realizada em São Paulo em 7 de setembro por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a favor da anistia reuniu 42,2 mil pessoas, segundo a mesma metodologia.
O protesto, pacífico, começou por volta das 14h e foi convocado nas redes sociais por movimentos de esquerda e também acontece em outras cidades do país. Ao menos quatro quarteirões da avenida chegaram a ser ocupados. Duas pancadas de chuva na região, o que reduziu a quantidade de manifestantes.
Os participantes gritam palavras de ordem contra a anistia e carregam placas e cartazes. Também foi aberta uma bandeira gigante do Brasil, em um contraponto ao ato ocorrido no 7 de setembro, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram a favor da anistia, e quando uma bandeira dos Estados Unidos foi aberta também na Avenida Paulista.