Brasil, 21 de setembro de 2025
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Depois de anos, esquerda volta a ocupar ruas no protesto contra anistia e PEC da Blindagem

As manifestações, que reuniram dezenas de milhares de pessoas, representam uma virada no cenário político recente, já que a direita vinha liderando os grandes atos de rua desde a ascensão de Jair Bolsonaro (PL) e seus protestos contra o Supremo Tribunal Federal

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Após e anos sem conseguir mobilizar grandes multidões, a esquerda brasileira voltou a encher ruas em diferentes capitais do país neste domingo (21). As manifestações, que reuniram dezenas de milhares de pessoas, representam uma virada no cenário político recente, já que a direita vinha liderando os grandes atos de rua desde a ascensão de Jair Bolsonaro (PL) e seus protestos contra o Supremo Tribunal Federal.

Mobilizações em todo o país

As concentrações ocorreram em várias capitais. Em Belo Horizonte, organizadores apontaram 50 mil pessoas reunidas na Praça Raul Soares. Em Brasília, o deputado distrital Fábio Felix (PSOL) estimou 30 mil manifestantes no Museu da República. Já em Salvador, desde as primeiras horas da manhã, milhares acompanharam um trio elétrico comandado por Daniela Mercury, que puxou os protestos ao lado do ator Wagner Moura.

Aqui na Bahia a extrema direita não se cria. Nossa democracia botou pra lenhar. Sem bandidagem, sem anistia e sem esculhambação”, disse Wagner Moura. Daniela Mercury e o rapper Baco Exu do Blues também reforçaram os gritos contra a anistia.

Em Belém, a manifestação na Praça da República contou com a participação do ator Marco Nanini, enquanto em São Paulo a avenida Paulista foi tomada por cartazes pedindo a prisão de Bolsonaro e o fim da chamada “PEC da Blindagem”.

Shows e símbolos políticos

As manifestações contaram com apresentações culturais que reforçaram o tom político dos atos. No Rio de Janeiro, estavam previstos shows de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque em Copacabana. Em Brasília, Djonga e Chico César se apresentariam à tarde.Cartazes e faixas criticaram a anistia a condenados pelo 8 de janeiro e atacaram diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi representado em um boneco inflável com as mãos ensanguentadas. Também houve protestos contra o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente impôs tarifas sobre produtos brasileiros.

Reações políticas

A aprovação da PEC da Blindagem pela Câmara dos Deputados acendeu alertas no Senado. O relator da proposta, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já afirmou que recomendará a rejeição, classificando a medida como prejudicial à democracia. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), também se posicionou contra, chamando o texto de retrocesso.No caso do PL da Anistia, o relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) sinalizou que não deve propor perdão amplo aos condenados por tentativa de golpe, incluindo Bolsonaro, mas pode sugerir redução de penas. O ex-presidente, condenado a mais de 27 anos de prisão, cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, sob tornozeleira eletrônica.

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