Brasil, 20 de setembro de 2025
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Política

Pesquisa Quaest: PEC da Blindagem recebe 83% de menções negativas nas redes sociais

Segundo a Quaest, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi o principal alvo de críticas nas redes sociais. Cerca de 46% das menções eram ligadas a ele e à Câmara dos Deputados.

Publicado em atualizado às 21:18

Levantamento feito pela Quaest e divulgado neste sábado (20), mostra que a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados na última terça-feira, 16, recebeu cerca de 83% de menções negativcas nas redes sociais\ . De acoordo com a pesquisa, foram registradas 2,33 milhões de abordagens ao texto, sendo 98 mil de autores únicos

A PEC resgata um dispositivo da Constituição Federal que blinda parlamentares em investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Polícia Federal. Para o avanço dos inquérito, seria necessário o aval do Congresso Nacional.

Segundo a Quaest, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi o principal alvo de críticas nas redes sociais. Cerca de 46% das menções eram ligadas a ele e à Câmara dos Deputados. Motta foi um dos principais articuladores para o avanço do texto no Salão Verde e conseguiu revertar a derrubada do sigilo do voto dos deputados e senadores. A hashtag #CongressoInimigoDoPovo foi a mais forte nas redes após a votação.

O levantamento ainda mostra que a esquerda conseguiu surfar na onda de críticas, com deputados e influenciadores indo às redes sociais para atacar o texto. Cerca de 12% das menções foram feitas por artistas.

Já 15% dos internautas associaram a aprovação da PEC à tentativa de segurar o avanço do PL da Anistia, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por participar da trama golpista. O projeto chegou a ser uma alternativa para desfacelar a anistia pretendida por bolsonaristas e tirar o ex-presidente da lista de beneficiados. Relator do projeto, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) deve focar apenas na redução das penas para os condenados no 8 de janeiro e tende a não incluir Bolsonaro.

Com as críticas da esquerda, a direita passou a defender a medida nas redes sociais, com foco em casos como o de Daniel Silveira, ex-deputado preso após ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Outros parlamentares chegaram a ser alvos de investigação e busca e apreensão em seus gabinetes no Congresso, como o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) e o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

PEC da Blindagem no Senado

Com a parovação na Câmara, a PEC da Blindagem foi levada para a mesa do presidente do Senado, Davi Alcolubre (União Brasil-AP), que repassou o caso para a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa. Em conversa com a IstoÉ, o presidente do colegiado, senador Otto Alencar (PSD-BA), garantiu que não avançará com o projeto.

O sentimento no Senado é de que a pauta não tem apoio nem do Centrão, o principal articulador da medida na Câmara. Além do PSD, MDB e União Brasil já rechaçaram a possibilidade de votar favoravelmente ao tema.

Nem mesmo o relator do projeto, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), deve avançar com o projeto. Em conversas com pessoas aliadas, Vieira já afirmou que relatará contra a proposta.

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