O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta quinta-feira (11), para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. O desfecho veio com o voto da ministra Cármen Lúcia, que afirmou haver “prova cabal” de que Bolsonaro e seus aliados formaram uma organização criminosa para atentar contra a democracia e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a posição de Cármen Lúcia, o placar chegou a 3 a 1 pela condenação de Bolsonaro e dos demais réus do núcleo crucial pelo crime de organização criminosa, na análise feita pela Primeira Turma do STF. Antes dela, os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dinohaviam votado pela condenação de todos os oito réus, enquanto Luiz Fux divergiu, defendendo a absolvição de Bolsonaro e de outros cinco acusados, propondo apenas a condenação de Mauro Cid e Walter Braga Netto.
A ministra ressaltou, em seu voto, que as provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) demonstram que Bolsonaro e seus aliados engedraram um plano estruturado para deslegitimar o processo eleitoral e preparar a tomada do poder. “Ficou evidenciada a atuação coordenada e deliberada para a ruptura da ordem democrática”, afirmou.
O julgamento setá agora concluído com o voto do ministro Cristiano Zanin e, em seguida, a definição das penas.