
Após 35 anos de serviço, Benedito Torres se aposenta no MPGO
Além da chefia do MPGO, Torres exerceu a liderança institucional também ao presidir, por seis mandatos, a Associação Goiana do MP (AGMP)
Além da chefia do MPGO, Torres exerceu a liderança institucional também ao presidir, por seis mandatos, a Associação Goiana do MP (AGMP)
Após 35 anos de atuação institucional e de ter conduzido o Ministério Público de Goiás (MPGO) como procurador-geral por dois mandatos, o procurador de Justiça Benedito Torres Neto aposentou-se voluntariamente nesta terça-feira (2). Além da chefia do MPGO, o procurador exerceu a liderança institucional também ao presidir, por seis mandatos, a Associação Goiana do MP (AGMP).
Ao anunciar sua despedida do Ministério Público na última sessão do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ), no dia 25 de agosto, Benedito Torres Neto foi saudado pelo atual procurador-geral de Justiça, Cyro Terra Peres, e por diversos colegas, que fizeram questão de destacar sua trajetória de dedicação e comprometimento com a instituição.
“Quero aqui, como procurador-geral, deixar a gratidão da instituição pela sua história, seu trabalho e por tudo que o senhor fez pelo Ministério Público de Goiás”, afirmou Cyro Terra Peres. O procurador-geral salientou que Benedito Torres Neto construiu uma história “muito bonita” no MPGO, com muito empenho na defesa do Ministério Público.
Várias procuradoras e procuradores aproveitaram o momento de despedida também para reforçar essa devoção do ex-procurador-geral à instituição. “Ninguém teve uma luta tão profunda e tão duradoura como você, pela sua trajetória”, avaliou o procurador Umberto Machado de Oliveira. “Trinta e cinco anos de história no Ministério Público. É uma história do qual o senhor deve se orgulhar… A sua luz continuará a iluminar esses tantos que aqui haverão de permanecer”, pontuou a procuradora Yara Alves Ferreira e Silva.
Na carta lida na sessão de despedida, Benedito Torres Neto fez questão de expressar seus agradecimentos a todas (os) que fizeram parte dessa sua história no MPGO, incluindo membras, membros, servidoras, servidores e seus familiares. Ao concluir, sublinhou: “Encerro essa carta com o coração sereno e cheio de gratidão. Não me despeço; apenas concluo uma etapa, porque a luta pela justiça, pela fé e pela verdade continuará em mim”.
Numa avaliação retrospectiva da carreira e da própria história da instituição, em entrevista na segunda-feira (1º/9), o ex-procurador-geral de Justiça apontou a estruturação do MPGO como um dos desafios enfrentados após a Constituição de 1988. “Nós não tínhamos praticamente nada, né? Então, começamos a construir a estrutura material para dar dignidade à sociedade. Foi uma luta muito grande para essa estruturação. E ela não terminou, ela continua”, observou.
Sobre os valores fundamentais da carreira, Benedito Torres Neto ponderou: “Sempre vi o Ministério Público como Ministério Público Social, no sentido daquilo que a gente trabalha, o que devemos fazer, temos que olhar o que aquele homem lá na ponta precisa”.
Ao avaliar essa trajetória, o procurador considerou que “combateu o bom combate” e, no final, “acho que guardei a fé”. Sobre o sentimento de deixar a instituição, afirmou que “a saudade será eterna, mas sempre estará à disposição para lutar ao lado deles se ainda precisarem de mim”.
Em relação aos planos futuros, disse querer se dedicar mais à família e também ao campo acadêmico, além de trabalhar um pouco com os filhos na advocacia. Também pretende se dedicar às questões religiosas.
Graduado em Direito pela antiga Universidade Católica (hoje, PUC Goiás), Benedito Torres Neto ingressou no Ministério Público de Goiás em 13 de agosto de 1990. Como promotor de Justiça, atuou inicialmente na Promotoria de Justiça de Joviânia, de 1990 a 1991. Depois, nas comarcas de Cristalina, entre 1991 e 1992, e Itaberaí, onde ficou a maior parte da carreira em primeiro grau, de 1992 a 2002, e teve uma atuação pioneira na defesa da justiça social. Foi promovido a procurador de Justiça em outubro de 2002, tendo assumido a 6ª Procuradoria de Justiça, onde se aposenta agora.
Foi procurador-geral de Justiça por dois mandatos: no biênio 2011 a 2013 e de 2017 a 2019. Entre os cargos da administração, foi também promotor corregedor (1999 a 2000), membro do Conselho Superior (2009), e subprocurador-geral de Assuntos Institucionais (2013). Nacionalmente, foi presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais dos MPs dos Estados e da União (CNPG) em 2018 e atuou como membro auxiliar da Corregedoria Nacional entre 2019 e 2022. Presidiu a Associação Goiana do MP por seis mandatos, o último deles ainda em vigência.