
Juliana Garcia, agredida com 61 anos pelo ex-namorado, é homenageada na Câmara de Natal
Ela recebeu a Comenda Maria da Penha
Ela recebeu a Comenda Maria da Penha
Juliana Garcia, agredida com 61 socos pelo ex-namorado em um elevador em Natal (RN) no fim de julho, foi homenageada e recebeu a Comenda Maria da Penha em evento na Câmara Municipal de Natal. A honraria foi concedida na segunda-feira (25).
Com um pouco de dificuldade na fala, devido à cirurgia de reconstrução facial, ela agradeceu e ressaltou a importância de sobreviver para dar seu relato. “É uma honra ser homenageada e maior ainda ter sobrevivido para contar a minha história (…) tão importante quanto a denúncia, é a sociedade acolher a mulher que sofre violência. Muitas mulheres ficam presas dentro desse ciclo de abuso porque não têm a quem recorrer”, disse.
Ao lembrar que sofre com algumas sequelas da violência, ela reforçou a importância de encorajar outras mulheres. “Se eu me levantei daquele elevador depois de tudo o que aconteceu, outras mulheres também são capazes. Muito obrigada pela homenagem. Tenho certeza de que Deus me usou como instrumento para dar voz a outras mulheres. Nunca gostei de holofotes em cima de mim, mas se fez necessário. Agora vou fazer uso dele para ajudar outras mulheres.”
A família de Juliana organizou uma vaquinha online para ajudar com os custos do tratamento. A meta é de R$ 120 mil. Confira AQUI.
Sobre o caso
O ex-jogador de basquete Igor Cabral foi preso em flagrante, em 26 de julho, por espancar a namorada com mais de 60 socos no rosto. Câmeras de segurança flagraram a agressão que ocorreu em um condomínio de Natal (RN).
Após audiência de custódia, ainda foi decretada a prisão preventiva. O caso segue em segredo de Justiça. Na ocasião, Juliana foi levada para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel para cirurgia, pois teve o maxilar fraturado e vai precisar de reconstrução do rosto.
A violência aconteceu dentro do elevador. O porteiro viu as imagens e chamou a Polícia Militar. Quando eles chegaram ao térreo, Igor foi contido por moradores até que as autoridades chegassem.
À polícia, ele disse que foi até o apartamento da vítima após descobrir uma suposta traição para pegar seus pertences. Ainda afirmou que se irritou após a mulher se recusar a abrir a porta. Já a vítima alega que a violência ocorreu por uma crise de ciúmes.
Igor já teria se envolvido em outras situações de violência. A defesa dele informou que ele chegou a ser agredido na prisão.
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