
Dois PMs são condenados pela chacina de Cavalcante
Cinco policiais foram absolvidos; cabe recurso
Cinco policiais foram absolvidos; cabe recurso
O júri condenou o sargento Aguimar Prado de Morais e o soldado Luís César Mascarenhas Rodrigues pelas mortes de dois dos quatro trabalhadores rurais no caso conhecido como “Chacina de Cavalcante”, em julgamento que terminou na quinta-feira (21), em Goiânia. O primeiro teve pena de 13 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por homicídio qualificado contra Antônio da Cunha Fernandes, de 35 anos. Já o outro policial foi condenado a 6 anos de prisão em regime semiaberto pelo homicídio de Saviano Souza, de 63 anos.
Sobre o crime, ele aconteceu em uma propriedade rural em Cavalcante, na região da Chapada dos Veadeiros, em 2022. À época, a perícia revelou que 58 tiros resultaram na morte dos quatro trabalhadores rurais. A ação policial teria ocorrido para coibir o plantio ilegal de maconha na região. Cinco policiais militares foram absolvidos no julgamento, que ainda cabe recurso.
Além dos citados, também foram julgados: o sargento Mivaldo José Toledo, o cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos e os soldados Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida, Welborney Kristiano Lopes dos Santos e Eustáquio Henrique do Nascimento. Eles foram acusados de armar uma emboscada para matar Saviano Souza Conceição, Ozanir Batista da Silva, o Jacaré, de 46, Alan Pereira Soares, de 28, e Antônio Fernandes da Cunha, o Chico Calunga. Os policiais também responderam por fraude processual. A ocorrência foi cometida na chácara de Saviano.
Na decisão, o juiz Lourival Machado da Costa citou que Aguimar comandou a operação “sem planejamento, com informações distorcidas acerca das vítimas; resultando numa ação criminosa e morte”. Sobre a morte de Antônio, ele argumentou que “as circunstâncias do crime apresentam aspecto negativo, haja vista que o réu, na companhia dos corréus, invadiram o imóvel da vítima, simulando uma operação e a executaram despropositadamente”. Os outros policiais foram absolvidos pelas mortes de Ozanir e Alan.
Além dos réus, 13 testemunhas foram ouvidas no julgamento. O júri ocorreu em Goiânia para garantir a imparcialidade.
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