O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem manifestado resistência à possibilidade de nomear um marqueteiro oficial para a corrida eleitoral de 2022. Pelo menos três nomes foram cotados e apresentados ao pré-candidato à reeleição, mas descartados provisoriamente. A relutância tem motivo: dar protagonismo ao filho “02”,
Carlos Bolsonaro, sobretudo na condução das redes sociais. Bolsonaro diz ter total confiança na atuação do vereador carioca pelo Republicanos, acostumado a gerenciar as mídias digitais do pai desde a vitoriosa empreitada em 2018. De acordo com o desenho original da chapa, caberia a Carlos a formulação de estratégias, linguagens e, sobretudo, os alvos em potencial —como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz Sergio Moro, que deve concorrer pelo Podemos.
A internet é um terreno fundamental para os bolsonaristas, e o patriarca não abre mão de fomentar, na esfera digital, o engajamento de sua base. Na visão dele, pavimentar esse caminho garantiria, no mínimo, a ida ao segundo turno. Além do Twitter e do Facebook, os dois canais preferenciais, Bolsonaro aposta alto no compartilhamento de conteúdo via Telegram —aplicativo russo que tem pouca moderação e estrutura propícia à disseminação de fake news, mensagens de ódio e informações distorcidas. O app está na mira do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).