
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que está disposto a ir “às últimas consequências” contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar do pai dele, Jair Bolsonaro (PL), em 4 de agosto, após o descumprimento de medidas cautelares. A fala aconteceu em entrevista à BBC News Brasil na quarta-feira (13).
“Estou disposto a ir às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder. Se depender de mim, a gente vai continuar aqui, dobrando a aposta até que a pressão seja insustentável e as pessoas que sustentam Moraes larguem a mão dele para que ele vá sozinho para o abismo”, disse Eduardo, que esteve em Washington para reuniões com representantes do governo Trump.
Questionado se está preocupado com o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afetar as eleições de 2026, ele afirmou: “Estou preocupado [com a possibilidade] de o Brasil consolidar esse regime e viver durante décadas igual a Cuba, igual à Venezuela. Se a gente chegar nesse ponto, o Brasil vai ter saudades de um tarifaço de só 50%. Eu estou preocupado em resgatar a dignidade do Brasil, (…) eu estou preocupado em ter uma eleição em 2026, com a ampla participação da oposição, com Jair Bolsonaro concorrendo, comigo concorrendo, com várias outras pessoas podendo disputar o pleito.”
Desde fevereiro de 2025, Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, onde atua por sanções do governo Trump às autoridades do Brasil para tentar evitar que o pai passe por um julgamento por tentativa de golpe no STF, além de reverter a inelegibilidade do ex-presidente. O ministro Alexandre de Moraes já sofreu a Lei Magnitsky, que serve para punir estrangeiros acusados de violações a direitos humanos.
Ainda à BBC News Brasil, o filho do ex-presidente disse que os presidentes da Câmara e Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também estão no radar dos Estados Unidos, caso não pautem a anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro e o impeachment de Moraes. “Se no futuro nada for feito, talvez aí a gente tenha também o Alcolumbre e o Hugo Motta figurando nessa posição. O que eu sei é o seguinte: eles já estão no radar e as autoridades norte-americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil”, afirmou.