Brasil, 31 de julho de 2025
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Lula rebate Trump e diz que soberania do Brasil é inegociável

Em entrrevista ao The New York Times nesta quarta-feira (30), Lula disse que o Brasil não aceitará chantagens e jamais negociará a soberania nacional.

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A condição imposta por Donald Trump de interrupção do processo contra Jair Bolsonaro para suspensão das tarifas foi rejeitada categoricamente pelo presidente Lula. “É importante que o presidente Trump considere o seguinte: se ele quer ter uma briga política, então que tratemos como uma briga política. Se quer falar de comércio, vamos sentar e discutir comércio. Mas não dá para misturar tudo.”

Em entrrevista ao The New York Times nesta quarta-feira (30), Lula disse que o Brasil não aceitará chantagens e jamais negociará a soberania nacional.

O presidente brasileiro foi incisivo ao explicar que respeita a soberania dos EUA e exige o mesmo em relação ao Brasil. “Não posso simplesmente mandar uma carta para o Trump dizendo: ‘Olha, Trump, o Brasil não vai fazer tal coisa se você não fizer tal coisa com Cuba’. Eu não posso fazer isso — por respeito aos Estados Unidos, à diplomacia e à soberania de cada nação. É isso que eu espero que ele reflita. Honestamente, não sei o que o Trump ouviu sobre mim. Mas, se me conhecesse, saberia que sou 20 vezes melhor do que o Bolsonaro.”

Caso a vigência das tarifas nesta sexta-feira (1º), Lula afirmou que o Brasil buscará outros parceiros comerciais. “Não vou chorar pelo leite derramado. Se os Estados Unidos não quiserem comprar algo nosso, vamos procurar quem queira. Temos uma relação comercial extraordinária com a China. Se Estados Unidos e China quiserem fazer uma Guerra Fria, nós não vamos aceitar. Não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quiser comprar — para quem pagar mais.”

Lula encerrou com uma crítica à lógica ideológica imposta por Washington. “Nem meu pior inimigo pode dizer que o Lula não gosta de negociar. Aprendi política negociando. Não tenho nada contra a ideologia do Trump. Trump é um problema do povo americano. Eles votaram nele. Ponto final. Não vou questionar o direito soberano do povo americano, porque não quero que eles questionem o meu.”