Brasil, 31 de julho de 2025
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Política

Ministério da Justiça aguarda extradição de Zambelli

Pasta afirma que deputada será extraditada, "conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário"

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a deputada Carla Zambelli, presa na terça-feira (29) em Roma, na Itália, “será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”. A informação foi divulgada em nota.

A ordem de prisão definitiva foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 7 de junho. Já a decisão determinou a execução imediata da pena de 10 anos de prisão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado.

Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão determinou pena de prisão, perda de mandato e multa de R$ 2 milhões. O hacker Walter Delgatti Neto, que teria agido a mando da deputada, também foi condenado — a 8 anos e 3 meses de prisão — e ambos foram declarados inelegíveis por 8 anos.

Segundo o STF, Zambelli usou recursos do próprio gabinete para facilitar o ataque cibernético, inserindo documentos falsos no sistema do Judiciário. O objetivo, conforme a investigação, seria constranger ministros da Corte.

Entregou

Na terça-feira, o deputado italiano Angelo Bonelli afirmou ter localizado o apartamento onde Zambelli estaria hospedada em Roma. Segundo ele, o endereço foi repassado à polícia italiana, que estaria tentando confirmar a identidade da parlamentar. “Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia, neste momento a polícia está identificando Zambelli”, escreveu Bonelli na rede X.

Zambelli deixou o Brasil em maio. Inicialmente, viajou para os Estados Unidos e, depois, se mudou para a Itália, onde possui cidadania. A deputada anunciou a mudança em 3 de junho. No dia seguinte, a Polícia Federal solicitou à Interpol a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha, que alerta autoridades de 196 países sobre foragidos internacionais.

Ao comentar sua ida para a Itália, Zambelli declarou à CNN Brasil que, por ser cidadã italiana, não poderia ser extraditada: “Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália (…) estou muito tranquila quanto a isso”. Bonelli disse à GloboNews que acionou as autoridades após ouvir essa declaração. “Não é possível que uma pessoa fale assim.”