
Deputada Carla Zambelli é presa na Itália
Condenada a 10 anos de prisão pelo STF, Zambelli fugiu do Brasil em maio. Inicialmente, viajou para os Estados Unidos e, depois, foi para a Itália, onde possui cidadania
Condenada a 10 anos de prisão pelo STF, Zambelli fugiu do Brasil em maio. Inicialmente, viajou para os Estados Unidos e, depois, foi para a Itália, onde possui cidadania
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália. A ordem de prisão definitiva foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 7 de junho. A decisão determinou a execução imediata da pena de 10 anos de prisão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado.
O deputado italiano Angelo Bonelli afirmou ter localizado o apartamento onde Zambelli estaria hospedada em Roma. Segundo ele, o endereço foi repassado à polícia italiana, que estaria tentando confirmar a identidade da parlamentar. “Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia, neste momento a polizia está identificando Zambelli”, escreveu Bonelli na rede X.
Zambelli deixou o Brasil em maio. Inicialmente, viajou para os Estados Unidos e, depois, mudou-se para a Itália, onde possui cidadania. A deputada anunciou a mudança em 3 de junho. No dia seguinte, a Polícia Federal solicitou à Interpol a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha, que alerta autoridades de 196 países sobre foragidos internacionais.
Ao comentar sua ida para a Itália, Zambelli declarou à CNN Brasil que, por ser cidadã italiana, não poderia ser extraditada: “Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália (…) estou muito tranquila quanto a isso”. Bonelli disse à GloboNews que acionou as autoridades após ouvir essa declaração. “Não é possível que uma pessoa fale assim”, afirmou.
Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão determinou pena de prisão, perda de mandato e multa de R$ 2 milhões. O hacker Walter Delgatti Neto, que teria agido a mando da deputada, também foi condenado — a 8 anos e 3 meses de prisão — e ambos foram declarados inelegíveis por 8 anos.
Segundo o STF, Zambelli usou recursos do próprio gabinete para facilitar o ataque cibernético, inserindo documentos falsos no sistema do Judiciário. O objetivo, de acordo com a investigação, seria constranger ministros da Corte.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que a perda de mandato será automática, com base na ausência prolongada da parlamentar e no início da pena em regime fechado. A Constituição prevê que, em casos assim, a cassação pode ser declarada pela Mesa Diretora da Câmara, sem necessidade de votação em plenário.
LEIA MAIS: