O rendimento médio mensal dos trabalhadores da agropecuária cresceu 5,5% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 2.022 para R$ 2.133. Os dados fazem parte do Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, elaborado pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares) e pelo Dieese.
O levantamento inclui trabalhadores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura e revela grande disparidade regional. O Norte liderou o crescimento proporcional, com alta de 21% na renda média, seguido por Sul (9,7%), Nordeste (7,5%) e Sudeste (1,7%). No Centro-Oeste, houve queda de 7,9%, mas a região continua com o maior salário médio do país: R$ 3.492 — valor bem acima da média do Nordeste (R$ 1.081) e do Norte (R$ 1.997).
Segundo a presidente da Contag, Vânia Marques Pinto, o anuário ajuda a monitorar as condições de trabalho e orientar políticas públicas para trabalhadores rurais, incluindo povos da floresta, do campo e das águas.
O relatório também traz dados positivos sobre o emprego feminino no meio rural. Em 2024, a taxa de desemprego entre as mulheres no campo caiu para 7,6%, o menor índice desde 2015. Além do ritmo maior da atividade econômica, o avanço na escolarização das mulheres tem sido determinante.
Entre 2012 e 2024, o percentual de mulheres rurais com ensino superior triplicou (de 2% para 6%), enquanto a taxa das que concluíram o ensino médio quase dobrou (de 14% para 25%). Já a parcela sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 14% para 10%, e o grupo com ensino fundamental incompleto recuou de 50% para 38%.