Brasil, 26 de julho de 2025
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Sob pressão internacional, Israel autoriza ajuda humanitária em Gaza; ONU alerta para fome em massa

Israel vai permitir ajuda humanitária por terra e ar em Gaza após forte pressão internacional. ONU alerta que um terço da população não tem o que comer.

Publicado em atualizado às 20:17

O governo de Israel anunciou neste sábado (26) que vai permitir a criação de corredores humanitários para a entrada de ajuda em Gaza e retomar os lançamentos aéreos de alimentos, em resposta à intensificação da crise humanitária no território. O anúncio ocorre em meio à crescente pressão internacional e a alertas da ONU sobre fome em massa na região, onde um terço da população passa dias sem comer, segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que os primeiros lançamentos aéreos incluirão farinha, açúcar e alimentos enlatados fornecidos por organizações internacionais. Também foi retomado o fornecimento de energia para uma usina de dessalinização que deve beneficiar cerca de 900 mil pessoas.

Israel negou acusações de promover deliberadamente a fome na Faixa de Gaza, mas disse estar disposto a implementar pausas humanitárias em áreas densamente povoadas. Segundo a ONU, cerca de 90 mil mulheres e crianças precisam urgentemente de tratamento contra desnutrição.

O Reino Unido, França e Alemanha pediram o fim imediato das restrições à entrada de ajuda em Gaza e o cumprimento do direito humanitário. O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou a “indiferença e inação” da comunidade internacional diante da catástrofe.

Enquanto isso, denúncias de abusos agravam o cenário: um ex-segurança americano relatou ter testemunhado crimes de guerra cometidos por militares israelenses e contratados dos EUA em áreas de distribuição de alimentos. A Fundação Humanitária de Gaza negou as acusações e disse que o denunciante foi demitido por má conduta.

As negociações por um cessar-fogo seguem paralisadas após EUA e Israel retirarem suas equipes do Catar. O Hamas afirmou que não foi informado oficialmente sobre o fim do diálogo e espera o retorno da delegação israelense a Doha.

Desde o início da guerra, em outubro de 2023, mais de 59 mil pessoas foram mortas em Gaza, segundo autoridades locais. A infraestrutura do território está colapsada, com mais de 90% das moradias danificadas ou destruídas.