Brasil, 25 de julho de 2025
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Economia

Raízen corta investimentos em unidades como a de Jataí e vende 55 usinas de distribuição de energia

Além da venda de 55 usinas, foi anunciado um pactote de desinvestimento que atinge o projeto de produção de etanol celulósico da empresa em Jataí, na região Sudoeste de Goiás

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Raízen assinou a venda de 55 usinas de geração distribuída de energia, em negócio alinhado à estratégia de reciclagem do portfólio de ativos, visando uma melhora da estrutura de capital, e que renderá cerca de R$ 600 milhões à companhia.

Além disso, foi anunciado um pactote de desinvestimento que atinge o projeto de produção de etanol celulósico da empresa em Jataí, na região Sudoeste de Goiás.

Na transação anunciada nesta quinta-feira, foram vendidas 44 usinas para a Thopen Energia e 11 para o Grupo Gera, somando ao todo capacidade nominal instalada de até 142 megawatt-pico (MWp).

Segundo a Raízen, os valores correspondentes da venda serão recebidos à medida que as usinas forem transferidas para os compradores, com conclusão prevista até março de 2026.

A alienação das usinas de energia elétrica segue outros desinvestimentos realizados pela companhia para retornar aos negócios principais, como produção de açúcar e etanol e distribuição de combustíveis, e reduzir sua dívida líquida, que encerrou a safra 2024/25 acima de R$30 bilhões.

Com o negócio fechado nesta quinta-feira, a Raízen disse que concluiu a venda de “parcela relevante” de seus projetos de geração distribuída e encerrou a joint venture com o grupo Gera, “cumprindo seu objetivo de desenvolver projetos de geração distribuída e soluções de tecnologia relacionadas a contratação, gestão e consumo de energia elétrica”.

Neste mês, a companhia também anunciou a descontinuidade das operações da usina Santa Elisa, em São Paulo, por tempo indeterminado, além de contratos para venda de cana.

Consolidação – A transação ocorre em um momento de consolidação do mercado de geração distribuída de energia elétrica, que, apesar de ainda ser muito pulverizado, vem registrando cada vez mais transações de fusões e aquisições, em meio a uma saturação do mercado para projetos “greenfield” (construídos do zero).

Segundo levantamento da consultoria Greener, a quantidade de usinas de geração distribuída transacionadas no Brasil aumentou quase 40% no 1º semestre ante igual período de 2024, de 90 ativos para 125.

Os principais consolidadores do mercado têm sido as plataformas de geração distribuída solar apoiadas por grandes fundos de investimentos, como a Brasol, que tem BlackRock e Siemens como acionistas, e a Élis Energia, do Patria Investimentos.

Os pequenos sistemas de energia distribuídos, como telhados e fachadas solares, cresceram aceleradamente nos últimos anos no Brasil, suportados por elevados benefícios tarifários, e já somam mais de 40 gigawatts (GW) de capacidade instalada.

Com a compra das usinas da Raízen, a Thopen alcança um investimento total de R$1,5 bilhão em 2025, após três outras aquisições fechadas neste ano, disse a companhia, que integra o grupo Pontal Energy, controlado pela gestora norte-americana Denham Capital.

A compra também ampliará o portfólio da Thopen para 165 ativos sob gestão, que, até o fim deste ano, somarão 550 MWp.

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