Brasil, 23 de julho de 2025
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Defesa de Bolsonaro rebate Moraes e diz que medidas cautelares não foram descumpridas

A resposta foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, que deu 24 horas para que o ex-presidente se explicasse sobre as publicações

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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta terça-feira, dia 22, que tenha descumprido as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a publicação de fotos dele com tornozeleira eletrônica e declarações dadas à imprensa. A resposta foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, que deu 24 horas para que o ex-presidente se explicasse sobre as publicações.

Na segunda-feira, dia 21, Bolsonaro esteve na Câmara dos Deputados reunido com a base do PL e criticou a decisão que determinou o uso de tornozeleira eletrônica. A fala para a imprensa em que ele aponta o equipamento foi retransmitida nas redes sociais de apoiadores do ex-presidente e da imprensa.

Moraes considerou que as retransmissões contrariam a decisão dada por ele na última semana que determinou a proibição do uso de redes sociais até mesmo por parte de terceiros. Ou seja, Bolsonaro não poderá usar as redes de aliados para discursar. Para o ministro, a fala configurou o descumprimento das medidas cautelares.

A defesa de Bolsonaro rebateu o pedido do ministro e afirmou que a decisão não proíbe a concessão de entrevistas à imprensa. O documento, assinado pelo advogado Celso Villardi, reforça que a replicação das falas do ex-presidente fica “alheia à vontade ou ingerência” do réu.

“Em nenhum momento e de nenhuma forma, ao que se entendeu, foi proibido que o Embargante concedesse entrevistas, o que aliás não condiz com a Jurisprudência pátria”, afirma o documento.

“É notório que a replicação de declarações por terceiros em redes sociais constitui desdobramento incontrolável das dinâmicas contemporâneas de comunicação digital e, por isso, alheio à vontade ou ingerência do Embargante. Assim, naturalmente uma entrevista pode ser retransmitida, veiculada ou transcrita nas redes sociais. E tais atos não contam com a participação direta ou indireta do entrevistado, que não pode ser punido por atos de terceiros”, completou.

Os advogados do ex-presidente apontam que a medida extrapola a decisão referendada pela Primeira Turma do STF. A resposta ainda pede para que Moraes seja mais explícito sobre as proibições para o ex-presidente e que Bolsonaro não irá se manifestar até a decisão final do ministro.

“No entanto, insista-se, jamais cogitou que estava proibido de conceder entrevistas, que podem ser replicadas em redes sociais e, ao que consta, a Colenda Primeira Turma não parece ter referendado tal proibição”, reforçou.

“De toda forma, em sinal de respeito absoluto à r. decisão da Suprema Corte, o Embargante não fará qualquer manifestação até que haja o esclarecimento apontado nos presentes Embargos”, concluiu.

O STF ainda não se pronunciou sobre o pedido da defesa do ex-presidente.