O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), proibiu Jair Bolsonaro (PL) de ter entrevistas transmitidas ou veiculadas nas redes sociais, sob risco de prisão. Nesta segunda-feira, 21, o ex-presidente falaria com o site Metrópoles, mas o compromisso foi cancelado.
Em despacho, o magistrado esclareceu que a restrição ao uso das plataformas, uma das medidas cautelares às quais Bolsonaro está submetido desde sexta-feira, também vale para transmissões de terceiros.
“A medida cautelar (…) inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão“, escreveu.
Por que Moraes determinou restrições
Em 10 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou taxas de 50% sobre todas as exportações brasileiras ao país e mencionou Bolsonaro na carta, ao dizer que o aliado é vítima de “caça às bruxas” do Judiciário.
A medida foi celebrada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA desde março para articular reações internacionais a Moraes e evitar que o ex-presidente, réu no Supremo por suposta tentativa de golpe de Estado, seja punido.
Sob o argumento de que pai e filho trabalharam pelas taxas e atentaram contra a soberania brasileira, Moraes ordenou na sexta-feira uma operação da Polícia Federal contra o ex-presidente.
Policiais apreenderam US$ 14 mil e R$ 8 mil em sua casa e colocaram uma tornozeleira eletrônica nele. Bolsonaro ainda ficou proibido de acessar as redes sociais, circular livremente entre 19h e 7h, frequentar embaixadas e conversar com outros investigados pela corte, como o próprio Eduardo.
Ele afirmou que as ações tem o objetivo de humilhá-lo e que não tinha planos de deixar o país.
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