"PF apontou que Bolsonaro e o filho vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos EUA com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro"
A Polícia Federal (PF) apreendeu um pendrive dentro do banheiro no escritório do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília (DF), além de uma petição da Rumble, banida de atuar no Brasil, nesta manhã de sexta-feira (18). A corporação também pegou o celular do político na casa dele, durante a operação.
Bolsonaro foi, ainda, alvo de medidas restritivas. Entre elas, ele deverá usar tornozeleira eletrônica; está proibido de contato com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado licenciado hoje nos Estados Unidos; vedado de usar as redes sociais; além de ter sido determinado o recolhimento noturno em casa de 19h às 7h. A proibição inclui, também, falar com diplomatas estrangeiros e se aproximar de embaixadas.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da PF e parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Após a ação, ele foi levado para a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), onde será instalada a tornozeleira eletrônica.
Interferência
Segundo o STF, “a Polícia Federal apontou que Bolsonaro e o filho, Eduardo Bolsonaro, vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro, em razão de suposta perseguição no âmbito da Ação Penal (AP) 2668“.
Além disso, a Corte informou que ambos atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” e “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte”.
Em carta aberta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros e exigiu o fim do que chamou de perseguição ao ex-presidente.
Ao G1, Carlos Vilardi, advogado de Bolsonaro, confirmou as medidas, bem como a apreensão do celular. “Estou pedindo ao STF acesso integral à decisão sobre as medidas judicias de hoje. Ele só irá se manifestar depois disso”, disse. Um novo depoimento só deve ocorrer “se a PF entender que seja necessário, a partir do resultado das buscas agora de manhã”, declarou o defensor.
