Brasil, 25 de setembro de 2024
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Novo presidente da Fiesp diz que Brasil não deve temer Lula e que urnas eletrônicas são confiáveis

Publicado em atualizado em 19/02/2022 às 07:47

 O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, afirmou que o Brasil não deve ter medo das eleições e que as urnas eletrônicas são confiáveis. “Qualquer temor deveria deixar de existir. Não existem riscos para o país. O país não vai acabar nem retroceder (independentemente de quem ganhe). O Brasil não precisa temer quem quer que ganhe a eleição”, afirmou ao jornal O Globo.

 O comentário ocorre após as falas de Jair Bolsonaro (PL), que, em entrevista à Jovem Pan, voltou a duvidar do processo eleitoral e do sistema de urnas eletrônicas.

“O país pode continuar de maneira mais rápida e mais célere, dando dignidade a seu povo, ou não, mas não vai acabar. As instituições no Brasil são fortes. Estão sob ataque constantemente, mas são fortes”, afirmou.

‘Lula acertou mais do que errou’

Josué é filho de José Alencar, que foi vice do ex-presidente Lula (PT) em seus dois mandatos, mas afirmou que sua gestão na entidade será apartidária. “Não tenho partido político e nem posição política. Minha posição política é a indústria”, ressaltou.

“O governo (Lula) deve ter acertado mais do que errado, dada a aprovação que teve. Minha proximidade do governo (à época) existiu, mas era distante, nos 12 anos em que meu pai passou em Brasília (como senador e vice-presidente), fui dez vezes para lá, mas como dirigente classista”, afirmou.

O presidente da Fiesp ainda comentou sobre as recentes declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, em entrevista a Miriam Leitão, destacou que o “mercado” não teme uma mudança de governo, sinalizando que o ex-presidente Lula (PT) não está mal visto pelos fortes grupos econômicos. “Está dizendo o óbvio”, disse Josué.

Economia e críticas a Bolsonaro

Ao Globo, Gomes ainda falou sobre o projeto econômico das elites financeiras. Ele disse que não existe consenso no setor privado sobre que projeto de reforma tributária deve ser aprovado no Congresso; que é contra concessões de subsídios verticais a setores da economia, salvo em situações de segmentos industriais inovadores e por um período de tempo definido; entre outros pontos.

A Fiesp recentemente contratou a consultora Vanessa Rahal para formar um consenso no setor privado em torno de um único projeto de reforma tributária. Gomes disse que não vê conflitos de interesse com o fato dela compor a equipe econômica do pré-candidato à Presidência João Doria (PSDB), atual governador de São Paulo.

Ele também criticou Bolsonaro por uma falta de empenho para a aprovação de uma reforma administrativa, que ataca os direitos dos servidores públicos brasileiros e pode gerar uma onda de demissões em massa das categorias. Segundo ele, o projeto encaminhado pelo Ministério da Economia “não está caminhando porque o governo não quer”.