O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi chamado de “traidor” após o tarifaço de 50% do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros, na quarta-feira (9). Após o anúncio, o gestor estadual publicou nas redes sociais que cabe ao presidente Lula (PT) fazer um “esforço diplomático para resolver a questão com maturidade política e visão de Estado, sem se esconder atrás de narrativas, sem responsabilizar quem não está no poder. A responsabilidade é de quem governa”.
A deputada federal Erika Hilton (PSol) foi quem chamou o governador de “traidor da pátria” nas redes sociais. No X, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que Tarcísio tenta “posar de bom moço depois que insuflou a crise”, mas a “máscara está caindo”. “Há dois dias, fez um X apoiando Trump na defesa de Bolsonaro contra o STF. Agora, depois de seis horas em silêncio, tenta jogar a culpa em Lula e não diz uma palavra sequer contra a posição do Trump. Nenhuma defesa do Brasil.”
Já o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, declarou que Tarcísio precisa ter “cuidado com as bandeiras”. O titular do Ministério lembrou, ainda, que o governador “desfilava de boné ‘Make America Great Again'”, mas que “ninguém avisou que o paulista é quem pagaria a conta”. Segundo ele, São Paulo “está na linha de frente do prejuízo”.
Reação do governo
O governo brasileiro divulgou uma nota oficial em resposta à carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual o mandatário norte-americano anuncia a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. O presidente dos EUA citou falta de reciprocidade e perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na manifestação, o Palácio do Planalto reafirma que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém” e que “o processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.